Ladrões não dão sossego nos cemitérios de Curitiba

Furtos de peças de alumínio e cobre continuam incomodando as famílias que possuem jazigos em cemitérios. Muitos crimes ocorrem todos os dias, mas a maioria das vítimas não dá queixa na polícia. Os furtos acontecem em todos os cemitérios, normalmente à noite. Os ladrões vendem o material para comprar drogas.

O empresário Dorival Piccoli registrou dois boletins de ocorrência no 2.º Distrito Policial depois dos furtos das portas de alumínio da capela mortuária de sua família no Cemitério Municipal do Água Verde. O primeiro furto aconteceu no dia 4 de novembro. "Nesse mesmo dia, tive notícias de que mais quatro túmulos foram roubados", conta. Uma nova porta foi colocada no jazigo da família cinco dias depois e, no dia 23, houve um novo furto. "Isso é um descaso das autoridades. A capela fica a 40 metros da entrada principal. Acho que os ladrões estão dormindo dentro do cemitério. E ainda fazem barulho para desmanchar a porta. Será que vou precisar colocar um guardião lá?", questiona. Somente a segunda porta de alumínio custou R$ 550. Depois dessas experiências, Piccoli está providenciando uma porta inteira de vidro para o local.

O delegado Rogério Haisi, do 2.º Distrito Policial (localizada no bairro Água Verde), conta que a maioria das vítimas deixa de registrar as ocorrências. Por serem objetos de pequeno valor, na maior parte dos casos, os prejudicados não noticiam o crime. Nos últimos meses, três pessoas foram levadas para a delegacia após serem flagradas furtando alumínio e cobre dentro do cemitério. "Normalmente são pessoas da região, principalmente do Parolin, que cometem os furtos. Eles fazem com o objetivo de comprar drogas. Trocam o produto do furto diretamente ao fornecedor ou vendem para um receptador. Com o dinheiro, compram a droga", afirma.

O gerente do núcleo de Defesa Social da regional Portão, Adelson Lopes, conta que os furtos no Cemitério Municipal do Água Verde acontecem com mais freqüência próximo ao Dia de Finados, em função das reformas dos túmulos. Depois do feriado, os ladrões ainda agem, mas não com a mesma intensidade. Ele relata que os furtos acontecem em todos os cemitérios da cidade, sejam eles particulares ou municipais.

As administrações dos cemitérios municipais estão orientando os responsáveis pelos túmulos e capelas que não utilizem mais alumínio e cobre nesses locais. "As portas podem ser de ferro e as placas de granito. Esses materiais são pouco atrativos para os ladrões", observa Lopes. A Guarda Municipal é a responsável pelo monitoramento dos cemitérios controlados pela Prefeitura. Segundo o gerente, três guardas estão trabalhando à noite no Cemitério do Água Verde. Os profissionais fazem uma ronda interna, que dura mais de uma hora. Enquanto isso, duas viaturas fazem a fiscalização no lado de fora do cemitério. "Isso está ajudando a diminuir os casos de furtos. Mas quando o guarda passa, o ladrão já pode estar lá. Como o cemitério é de grande extensão e cheio de labirintos, basta o guarda passar que o infrator serra o alumínio", diz Lopes. De acordo com ele, a Secretaria de Meio Ambiente aumentou os muros nos cemitérios municipais. Há 15 dias, foi solicitada também a melhora na estrutura dos portões de acesso.

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