O roubo de documentos pessoais ocorrido há cinco anos está trazendo muita dor de cabeça ao encanador e eletricista Antonio Araújo Chaves, 56 anos, de Curitiba. Na última quinta-feira, quando o eletricista foi pagar uma compra com cartão de crédito, descobriu que seu nome estava no Serviço de Proteção ao Crédito (Seproc).

O denunciante foi à operadora de telefonia fixa Brasil Telecom, que acusa Antonio Chaves de dívida de mais R$ 12 mil. O eletricista nega a acusação e alega que seus documentos roubados estariam sendo usados indevidamente. “Para tudo eu tenho que mostrar o Boletim de Ocorrência (BO), para provar que meus documentos foram roubados. Como a Brasil Telecom vendeu linhas telefônicas sem exigir o BO?”, questiona Chaves.

De acordo com Chaves, o suposto ladrão teria adquirido pelo menos quatro linhas telefônicas em seu nome junto à Brasil Telecom: duas no interior do Estado – Cidade Gaúcha e Cianorte – , a terceira em Curitiba e a quarta em Brasília (DF). “A culpa de tudo isso é da Brasil Telecom. Como eles colocaram meu nome no Seproc sem ao menos ter avisado antes? Eles têm meu endereço, telefone”, reclama Chaves, que promete entrar com ação na Justiça alegando danos morais. “Vou querer uma indenização. Se eu ficar quieto, outras pessoas serão usadas como eu.”

Segundo levantamento da operadora, a dívida começou em novembro do ano passado. Chaves não tem dúvidas de que a pessoa que o roubou em maio de 98, na saída da Catedral de Curitiba, é quem está por trás de tudo. Na época, foram furtados documentos do eletricista, como o RG, CPF, título de eleitor, carteira de motorista e cartões de crédito.

Brasil Telecom

A Brasil Telecom informou, em nota oficial, que já providenciou o cancelamento das linhas telefônicas que estavam em nome de Antônio Araújo Chaves e a retirada dos serviços de proteção ao crédito. “A fraude de subscrição (uso indevido de documentos por terceiros) ocorre no comércio em geral. Para dificultar esse tipo de prática, a Brasil Telecom adota algumas medidas. Para as pessoas físicas, por exemplo, o interessado em ter uma linha telefônica deve juntamente com o formulário específico, disponível gratuitamente nas agências dos Correios, anexar cópia do CPF, documento de identidade e comprovante de endereço. Também são necessários dados pessoais como data de nascimento, sexo, estado civil, profissão, filiação e referências pessoais”, informa a nota.

“A Brasil Telecom orienta que os clientes não forneçam dados pessoais por telefone, nem o número de documentos pessoais para outras pessoas e consultem regularmente seu CPF/CNPJ junto aos órgãos de cobrança e Receita Federal. Todas as cautelas não impedem a prática de ilícitos por terceiros, normalmente decorrentes de outros fatores como perda de documentos ou furto”, finaliza a nota.

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