O Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce) lacrou ontem a máquina que fazia os sorteios da loteria Totobola no Paraná. Os policiais acompanharam a gravação do programa de TV que apresenta, semanalmente, o resultado do jogo. Há cerca de 20 dias, os policiais investigam denúncias de fraudes nos resultados do jogo e a relação do Totobola com a lavagem de dinheiro. “Esse esquema comprova que a máfia está sim envolvida com a jogatina. Agora é a máfia argentina que está enganando a população do Paraná. Vão todos para a cadeia”, afirmou o secretário da Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari.
O suposto esquema de manipulação da loteria foi denunciado por um ex-sócio do Totobola, Carlos Rodolfo Zicavo. Segundo as denúncias recebidas pela polícia do Paraná, o empresário disse que o software que controla os sorteios permite a escolha dos resultados. Outro indício de irregularidade é que os sorteios são gravados com cinco horas de antecedência à divulgação do resultado pela televisão. “Desta maneira as cartelas premiadas podem ser retiradas das casas lotéricas ou ainda compradas por supostos laranjas envolvidos no esquema”, diz o delegado do Nurce, Sérgio Sirino.
Nas denúncias, o ex-sócio do Totobola falou sobre a existência de falsos ganhadores e ainda sobre um montante de mais de R$ 500 mil em prêmios sorteados que teriam sido embolsados pelo proprietário atual do Totobola, o argentino Mario Charles. A polícia do Paraná enviou uma carta precatória à polícia do Rio Grande do Sul para ouvir o depoimento do argentino, ex-sócio do Totobola. O próximo passo é ouvir os funcionários do Serlopar e da empresa de auditoria contratada para acompanhar os sorteios do Totobola.