A reforma agrária só será feita no Brasil quando o modelo que está sendo adotado for mudado, afirma o superintendente estadual do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Celso Lisboa de Lacerda. Ele acredita que a mudança deve acontecer ainda este ano. No Paraná, por exemplo, os registros do Incra apontam 15.500 famílias esperando por um pedaço de terra para plantar. Todavia, nem todos têm o perfil para trabalhar no campo.
“Muitos nunca foram trabalhadores rurais, mas nós não podemos excluí-los da reforma devido à legislação”, reclamou o superintendente. Lacerda disse que a instrução normativa do Incra apenas diz quem não pode receber terras, como quem têm emprego com carteira assinada, funcionários públicos, aposentados por invalidez e condenados pela Justiça. “Mas não há nada na legislação que obrigue o pretendente a ter qualquer experiência ou vínculo com o campo”, destacou.
Lacerda disse que a administração anterior buscava apenas mostrar números. “O atual governo vai criar um modelo preocupado com a capacitação, assistência técnica e todos os pontos necessários para que o assentado tenha condições de sobreviver da terra”, disse.
