Todos os meses, há cerca de um ano e meio, a vendedora autônoma Rita Scheffer doa plaquetas – que são componentes do sangue fabricados pela medula óssea. Ela aprendeu a importância de ser doadora voluntária da maneira mais dolorosa. A filha Andreza, de 28 anos, morreu depois de lutar quatro anos contra uma leucemia. A vida da jovem poderia ter sido salva se ela tivesse encontrado um doador compatível.
E é com esse propósito, de salvar vidas, que todas as pessoas entre 18 e 55 anos podem se tornar doadores voluntários de medula óssea. Diferente do que muitos pensam, a medula óssea não tem qualquer ligação com a medula espinhal ou coluna vertebral. Segundo a bióloga do Laboratório de Imunogenética e Histocompatibilidade (LIGH) do Departamento de Genética da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Fernanda Ribas, a medula óssea é um tecido esponjoso que fica no interior dos ossos e é responsável pela fabricação das células sangüíneas. ?Pessoas que desenvolvem certas doenças do sangue, como as leucemias, linfomas e anemias severas, normalmente precisam de transplante de medula?, disse Fernanda.
Existem casos onde o paciente pode receber sua própria medula – que passa por um tratamento. Porém na grande maioria, eles necessitam da medula de outra pessoa, e quando as buscam dentro da própria família se esgotam, é preciso buscar um doador compatível no Registro Nacional dos Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), do Ministério da Saúde, onde existem mais de 120 mil cadastros de voluntários.
Apesar desse número parecer expressivo, é muito pequeno diante da dificuldade de encontrar um doador compatível. A diretora geral do LIGH, Maria da Graça Bicalho, afirma que estimativas apontam que a chance de um paciente encontrar um doador compatível é de um em um milhão. De 2000 até dezembro de 2005 foram realizados apenas 71 transplantes com doadores cadastrados no Redome. ?
No Paraná existem 17 Centros de Hematologia Hemoterapia e do Paraná (Hemepar), onde as pessoas podem se cadastrar. Para isso, basta doar 10 mililitros de sangue, que segue para tipagem genética – que é feita em laboratórios credenciados, como o LIGH.