A Justiça Estadual proibiu nesta sexta-feira (17) o bloqueio das vias de acesso ao aterro sanitário da Caximba. A decisão, em resposta à ação ajuizada pela Procuradoria Geral do Município, é uma prevenção para impedir que os responsáveis pelo fechamento do acesso ao aterro da Caximba na última segunda-feira (13) voltem a interromper os serviços de coleta e transporte de lixo de Curitiba e região metropolitana.
Na decisão, o juiz Roger Vinícius Pires de Camargo Oliveira, da 3ª Vara da Fazenda Pública, estabelece multa diária de R$ 20 mil para a organização Cidadania Ativa, Centro e Estudos, Defesa e Educação Ambiental e para Leonardo Moreli, Jadir da Silva Lima, Laura de Jesus de Moura e Costa, Luiz Carlos Cavichiollo e Eliana Raksa caso eles voltem a promover o bloqueio.
Para protestar pelo fechamento do aterro sanitário, os manifestantes bloquearam durante todo o dia o acesso, causando transtornos ao serviço de limpeza pública.
A Prefeitura de Curitiba está tomando medidas para encerrar uso do aterro. Na quarta-feira (15), os estabelecimentos que geram grandes quantidades de lixo foram proibidos de destinar lixo ao aterro. Por dia, serão cerca de 350 toneladas a menos de lixo que deixarão de entrar no aterro.
Nova indústria
O aterro sanitário da Caximba será substituído por uma indústria metropolitana que usará tecnologias de processamento e aproveitamento de lixo. O projeto foi licitado pelo do Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos, que reúne Curitiba e outros 16 municípios vizinhos.
Essa indústria vai reciclar, transformar em adubo e em material energético as cerca de 2.400 toneladas de lixo gerado diariamente pela população de Curitiba e de outros municípios da região metropolitana que hoje vão para o aterro da Caximba.
Apenas uma parcela de 15% de rejeitos já processados e que poderá ser tratada em aterro sanitário. Esse rejeito tem baixo teor de umidade e está livre de matéria orgânica. O material é praticamente inerte, não produz chorume nem cheiro como o lixo bruto.
O Consórcio está terminando a avaliação das propostas técnicas apresentadas pelas 15 empresas habilitadas na licitação. São quatro consórcios e duas empresas individuais que estão sendo avaliadas, assim como o local onde será implantada a indústria.
Entre as propostas apresentadas está a recuperação de materiais recicláveis, compostagem, que é transformação do lixo orgânico em adubo, transformação em combustível para uso industrial da parcela não-reciclável de lixo. Todas as empresas também apresentaram propostas de educação ambiental e interação com as comunidades.