Mesmo com a decisão do Conselho Gestor da Santa Casa Monsenhor Guilherme, de Foz do Iguaçu, de fechar em definitivo o hospital e rescindir os contratos dos 430 funcionários para que eles possam, ao menos, receber o Seguro Desemprego e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), os manifestantes que ocuparam a Santa Casa na quarta-feira continuavam no prédio até o início da noite de ontem. Além de protestar contra o fechamento da instituição, eles querem garantias de que irão receber os três meses de salários atrasados, além do 13.º. Na segunda-feira, havera uma audiência na Justiça do Trabalho para tentar solucionar o impasse.
No final da tarde de ontem, um oficial de Justiça foi até o local com um mandado de reintegração de posse, para tentar uma desocupação pacífica do local. No entanto, os manifestantes resistiram e, até o início da noite, não haviam deixado o prédio.
Com as atividades encerradas há dois meses, devido a dificuldades financeiras, a irmandade responsável pela administração da Santa Casa optou por fechar o hospital em definitivo. Muitas alternativas foram mencionadas nos últimos dias, como a intervenção municipal, estadual ou do Ministério Público, mas nenhuma foi colocada em prática.
Para o diretor de Sistemas de Saúde da Secretaria Estadual de Saúde, Gilberto Martin, o que causou o fechamento do hospital por insolvência foi a incapacidade administrativa de várias gestões. "É um hospital filantrópico, de um município de gestão plena, que já vem sofrendo problemas financeiros ao longo de vários anos. Já sofreu intervenção do município, sua administração já passou para um grupo gestor, e ninguém conseguiu mantê-lo em pleno funcionamento. Chegou ao ponto que chegou por erros administrativos", avalia.
Para Martin, cabe à secretaria, agora, apoiar o município para redirecionar o atendimento do hospital para outras unidades que tenham capacidade ociosa, tanto em Foz do Iguaçu quanto nos municípios vizinhos. "Já há um convênio para a implantação de um hospital regional no valor de R$ 5 milhões. Até lá, contaremos com a boa vontade dos outros hospitais."
