Pesquisa realizada pelo Centro de Integração Empresa?Escola (CIEE), junto a estudantes de onze capitais brasileiras, revela que, em média, 3% dos jovens que consomem maconha têm permissão dos pais para a utilização da droga. Em Curitiba, o percental ficou abaixo da média: 2%.
Os maiores índices de usuários de maconha com consentimento paterno foram encontrados no Rio de Janeiro (14%) e em Porto Alegre (9%). A pesquisa não detectou por que os pais estão autorizando seus filhos a utilizar maconha. “A hipótese mais provável é que esses pais foram usuários da droga nas décadas de 60 e 70 e acham que não tiveram qualquer problema causado por ela, apesar de estudos científicos terem comprovado que a maconha prejudica o sistema nervoso”, ressalta Luiz Gonzaga Bertelli, presidente executivo do CIEE.
A pesquisa também perguntou, entre os estudantes que já consumiram maconha, se fazem uso da droga regularmente. A resposta foi “sim” em 23% dos casos. As cidades onde é maior o número de usuários regulares, segundo a pesquisa, são Goiânia (40% dos que já experimentaram a droga), Belém (32%), Curitiba (29%) e Salvador (27%).
A pesquisa do CIEE ouviu 1.772 estudantes (47% homens e 53% mulheres), com idade entre 16 e 30 anos, entre a última semana de setembro e a primeira de agosto, nas cidades de São Paulo, Rio, Salvador, Recife, Porto Alegre, Goiânia, Curitiba, Belém, Manaus, Macapá e Porto Velho. Do total de estudantes pesquisados, 33% estudam na rede pública e 67% freqüentam escolas particulares. A maioria (68%) estuda no período noturno e 32% durante o dia. Do total, 24% cursam o ensino médio, 10% o ensino técnico, 65% são universitários e 4% são recém-formados.
Eletricista dá palestras de graça
Para conscientizar estudantes do ensino médio e fundamental quanto aos malefícios das drogas (incluindo o cigarro), o eletricista Adílson de Mello vem proferindo, há dois anos, palestras voluntárias a respeito do tema. Residente em Planalto, no Sudoeste do Estado, Adílson já viajou por inúmeras cidades do Sudoeste do Paraná e do Oeste de Santa Catarina, sem nenhum tipo de remuneração. “A ajuda que tenho vem da família ou às vezes as instituições me dão um prato de comida”, conta Mello.
Ex-dependente de álcool e outras drogas, Adílson tenta passar para os jovens que assistem as palestras a sua experiência de vida e os problemas que a bebida e os entorpecentes causaram a ele. “Troquei minha família, meus estudos e meus amigos por algo que não me levou a nada. Fiquei internado no hospital Nossa Senhora da Luz durante algum tempo e foi a partir daí que me toquei a respeito das coisas boas que havia perdido em minha vida”, ressalta Adílson.
O trabalho voluntário que ele desenvolve já atingiu a marca de 1 milhão de crianças e adolescentes. Segundo ele, um número que dá orgulho diante de tantas dificuldades enfrentadas durante esse tempo. As pessoas ou instituições que se interessarem em ajudá-lo podem ligar para o telefone (46) 555-1375 ou 9194-8890.