A estudante de arquitetura Amanda Darosci, 19 anos, capotou o veículo que dirigia depois de ser fechada por um caminhão, por volta das 10h de ontem, na Linha Verde, em frente ao Hospital Erasto Gaertner, no Jardim das Américas. Ela conduzia um Chevrolet Classic, com placas de Colombo, a caminho da aula na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), quando aconteceu o acidente. Ela se perdeu numa curva, capotou e foi parar na marginal da rodovia.
A motorista foi atendida pelo Siate e liberada logo em seguida, com pequenas escoriações pelo corpo. “Ela está bem porque usava cinto de segurança. Caso contrário, ela poderia ter se machucado bastante”, comentou o cabo Bora, do Corpo de Bombeiros.
O acidente com Amanda ao volante comprova estatísticas do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), que apontam a faixa etária de motoristas entre 18 aos 29 anos, como a que mais se envolve em acidentes. E quanto mais avança a idade, os motoristas se tornam mais cuidadosos e a probabilidade de se envolverem em acidentes cai bastante. Apesar da madrugada concentrar as pancadas mais graves, é no período da tarde que elas se concentram.
Os dados são do BPTran, com números de janeiro a setembro de 2013 em Curitiba, quando um total de 8.749 motoristas (homens e mulheres) se envolveram em acidentes, de gravidades diversas, com vítimas ou não. Destes montante, 34% se refere a motoristas entre os 18 aos 29 anos.
O tenente Ismael Veiga, porta voz do Batalhão, explicou que o excesso de confiança de pessoas nesta faixa etária é o grande motivo destes motoristas se envolverem tanto em acidentes. “Eles possuem um ímpeto grande, não tomam os cuidados necessários, não dirigem defensivamente”, alertou. O porta voz também reforçou aquilo que todas as seguradoras de veículos já sabem: as mulheres são menos confiantes ao volante. Por isto, se protegem mais no sentido de prevenir batidas.
Em segundo lugar no ranking de motoristas que mais se envolvem em acidentes estão os condutores entre 30 e 40 anos: 2.451 deles se acidentaram de janeiro a setembro, ou seja, 28% do total. Com o passar da idade, os números vão diminuindo. “Mas isso não significa que as pessoas deixam de dirigir. Pelo contrário, continuam, mas são bem mais cautelosas”, disse Veiga.
Mais pancadas à tarde
É durante a tarde, das 12h às 18h, que mais ocorrem acidentes de trânsito. Segundo o Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), foi neste horário, de janeiro a setembro, em que aconteceram 2.978 pancadas, ou seja, 34% do total. O tenente Veiga, porta voz do Batalhão, analisa que este é o horário com maior fluxo de veículos e pessoas nas ruas, razão para o maior número de ocorrências. E são nas sextas-feiras que os acidentes mais acontecem. “As pessoas estão mais desatentas, com mais pressa de chegar em casa. Isso prova que o psicológico influencia totalmente na maneira do motorista dirigir ou do pedestre andar na rua”, alertou.
No entanto, apesar da tarde concentrar o maior volume de pancadas, elas são mais leves, muitas vezes sem feridos. Durante a madrugada, entre 0h e 6h, quando apenas 7% do total de acidentes acontecem (687), é que as colisões são mais graves. O porta voz acredita que é neste horário que os motoristas abusam mais do álcool e também andam em alta velocidade, já que as ruas estão mais vazias.
Crianças nas estatísticas
Nos dados de motoristas envolvidos em acidentes de trânsito, do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), de janeiro a setembro, há 12 crianças entre 1 e 11 anos, e 69 adolescentes, dos 12 aos 17 anos.
O tenente Ismael Veiga, porta voz do BPTran, acredita que, no caso dos adolescentes, são jovens aprendendo a dirigir e que, apesar de não alcançarem grande velocidade ao volante, se envolvem em acidentes pela falta de habilidade. “Eles não estão aptos fisicamente, muito menos psicologicamente pa,ra assumir o volante. Acabam subindo em calçadas, batendo em postes, atropelando pedestres. O pior de tudo é que eles dirigem com a anuência dos pais, que entregam o volante para que eles aprendam a dirigir”, disse o policial.
Pequenos
Veiga também comentou sobre as 12 crianças que entraram nas estatísticas de motoristas envolvidos em acidentes. “A maioria dos casos são de crianças andando com pequenas motonetas, que geram quedas, atropelamentos, batidas leves. Mas qualquer moto que tenha mais que 50 cilindradas é necessário que o condutor tenha carteira de habilitação”, alertou o tenente, sobre a orientação ignorada por muitos pais.