A violência, que assolou Curitiba nos últimos meses, vem assustando jovens que vivem na cidade. Ontem, no Dia Nacional da Juventude (DNJ), o assunto foi colocado em pauta durante uma série de eventos promovidos pela arquidiocese da capital.

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Em um palco montado em frente à Catedral Basílica, no calçadão da Rua XV de Novembro e na Rua Monsenhor Celso, adolescentes pediram paz e realizaram trabalhos de conscientização da população em prol da não violência.

As manifestações tiveram como tema “A juventude em marcha contra a violência”, sob o lema “Contra o extermínio da juventude na luta pela vida”. Englobaram apresentações musicais, de teatro, dança e malabares, além de uma missa, na própria Catedral.

“O objetivo é conscientizar a população sobre a difícil situação na qual vive o jovem nos dias de hoje. Muitos se envolvem com drogas e perdem a vida vítimas do trânsito e da violência”, disse o coordenador da Comissão Juventude da Arquidiocese, padre Alexsander Cordeiro.

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“Queremos mostrar que a vida é muito bonita e pode ser vivida com alegria. Violência não é apenas um problema de governo e de polícia, mas também da família e da sociedade como um todo”.

De acordo com dados divulgados pela Comissão Juventude, o Paraná é o sexto estado brasileiro em número total de homicídios de jovens (em 2006, foram 1.146). Já Curitiba fica em sétimo lugar no ranking das cidades com maior número de assassinatos de jovens no Brasil.

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Participando ativamente dos trabalhos de conscientização, a estudante e integrante do Grupo de Jovens da Comunidade da Consolação da Arquidiocese, Ketrinn Souza, de 19 anos, contou que a violência tem imposto algumas limitações em sua vida.

“A violência me dá muito medo. Eu, assim como outros jovens, tenho que cuidar com os lugares onde vou e com as pessoas que me acompanham. Porém, existem diversas maneiras de se divertir sem se envolver com coisas erradas”.

A também estudante Alessandra Wulsns, de 14 anos, que faz parte do mesmo grupo, disse que a preocupação em relação à violência envolve toda sua família. “Na escola já vi pessoas bebendo, fumando e utilizando outras drogas. Já presenciei diversas brigas e até uma arma de fogo levada para a sala de aula. Tudo isso assusta muito e faz com que meus pais não se sintam tranquilos em relação à minha segurança. Eles ficam sempre preocupados e me dão uma série de conselhos quando saio de casa”.