O povo latino americano é extremamente pobre e oprimido. Estas foram algumas das constatações a que quatro estudantes universitários chegaram depois de percorrer, durante sete meses, 14 países da América Latina. A viagem começou em setembro de 2006 nos Estados Unidos e terminou ontem, com a chegada a Curitiba.

continua após a publicidade

As entrevistas com a população e com líderes locais de esquerda foram documentadas através de fotos e vídeos, e vão virar um documentando e um livro.

Pedro José Sorroche Vieira, de 23 anos, e Milena Costa de Souza, de 25, ambos estudantes de Ciências Sociais;  Thiago Costa, de 23 anos, e Lígia Cavagnari, de 19, estudantes de Direito, permaneceram durante um tempo nos Estados Unidos juntando dinheiro, compraram um carro e seguiram rumo ao Brasil. O primeiro país visitado e onde permaneceram a maior parte do tempo foi o México.

Para eles, é o lugar onde a população está mais organizada em busca de seus direitos. No estado de Chiapas existem várias cidades que são comandadas pela própria população, o movimento zapatista. São eles que decidem tudo o que será feito e elegem as pessoas que por um curto período de tempo vão estar à frente da administração. No entanto, os conflitos com o exército mexicano são constantes. ?A situação pode evoluir para uma guerra civil?, conclui Milena.

continua após a publicidade

Na Nicaraguá, encontraram um país devastado pela guerra. ?Lá não existem nem nomes de ruas?, diz Milena.

Em Cuba, o grupo chegou a ter problemas com a polícia. Eles ficaram hospedados na casa de amigos, o que é proibido no país. Foram delatados por vizinhos e tiveram que passar por interrogatórios. Só se livraram do problema com ajuda da Embaixada Brasileira. Mas para eles, Cuba é o país com maior igualdade social. A população tem acesso aos serviços essenciais. ?Uma mulher negra me falou que apoia Fidel porque sabe que se o filho dela quiser estudar medicina, ele terá oportunidade?, disse.

continua após a publicidade

Ao longo do caminho, encontraram diversos problemas comuns a vários países, como crianças vivendo pelas ruas. ?São coisas que não chegam até aqui. A gente viu muita tristeza e que as pessoas precisam da nossa solidariedade?, finalizou Lígia.