Chiniti Kawamura
Homens do Corpo de Bombeiros continuam
em alerta no litoral paranaense.

Desde o dia 27 de dezembro ocorreram dez mortes por afogamento no litoral do Estado. Nove desses casos atingiram pessoas com menos de 19 anos. Para o comandante da Operação Verão do Corpo de Bombeiros, major Jorge Luís Taís Martins, os jovens são mais vulneráveis aos acidentes porque têm um comportamento de aventura, não levando em consideração o perigo.

Três deles perderam a vida nadando durante a noite e outros três resolveram nadar em local que não havia posto de salvamento. Outra situação comum, é a mania de ficar subindo em pedras a beira-mar, onde o risco de escorregar é grande. Foi assim que o mar fez mais uma vítima.

Lagamares

Mas a praia esconde ainda outros perigos como os lagamares. Foi nele que duas crianças acabaram perdendo a vida. Elas brincavam no raso com uma tia e acabaram sendo arrastadas pela água. O major Martins explica que os lagamares são formados quando a água de várias ondas que chegaram até a praia acabam convergindo para um mesmo ponto de retorno. Neste local a força da água arrasta tudo o que está no caminho, inclusive a areia formando buracos de até 1,70 metro. A correnteza pode percorrer até 150 metros para depois se dissipar. Lá, a areia fica depositada formando uma parte rasa.

As marés também influenciam na formação dos lagamares. A pessoa entra no mar e a maré está baixa. Com o tempo a maré vai subindo e a pessoa quer retornar. No caminho pode cair em uma vala feita pelo lagamar. Por isto o major explica que é necessário observar as placas que indicam o local impróprio para o banho e atender as advertências dos salva-vidas. “Os bombeiros antes de sair para o trabalho lêem o boletim sobre as marés. Além disto, muitas vezes sem perceber, a pessoa está sendo atraída para o lagamar e o salva-vidas alerta”, diz o major. Segundo ele, os 97 quilômetros do litoral paranaense estão sinalizados com placas de perigo e há 95 postos de salva-vidas.

Estatísticas

Na temporada de 2001/2002 o Corpo de Bombeiros registrou 41.205 advertências à banhistas e 1.429 salvamentos. Este ano já foram 655 e até o fim da temporada o major prevê que o número vai chegar perto do ano anterior. Segundo ele, geralmente as pessoas acatam a advertência, mas alguns preferem agredir o bombeiro. Tem gente também que chega a sair da água e vai nadar em outro lugar. Martins lembra o caso de um rapaz que trocou de ponto para ficar longe do salva-vidas e acabou se afogando.

Na temporada passada foram 21 mortes. Pelos casos registrados até agora, a estimativa é que esse número seja superado nesta temporada.

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