Jovens indignados por causa de crimes médicos

Tendo como objetivo apresentar e discutir processos de desenvolvimento da medicina alemã durante o período ditatorial de 1933 a 1945, o professor Valderílio Feijó Azevedo, do curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), está ministrando conferências para rememorar crimes praticados por médicos da Alemanha.

“O nazismo alemão foi uma verdadeira máquina da morte”, afirmou, ontem, o conferencista. De imediato, indignação e repulsa foram as reações dos jovens acadêmicos e dos médicos que participaram do encontro. Para a fundamentação biológica do nazismo, vários fatos aterrorizantes foram praticados, com respaldo da lei de esterilização, da lei de eutanásia e dos experimentos médicos realizados em diversos campos de concentração. “Com a lei de esterilização, criada em 1934, os médicos alemães esterilizavam pessoas que portavam alguma deficiência física, mental ou doença grave, pois acreditavam que as enfermidades e deficiências eram geneticamente herdadas”, comentou Valderílio.

Em 1939, com a criação da lei da eutanásia, a ditadura nazista matou mais de 70 mil pessoas, principalmente idosos e pacientes de hospitais psiquiátricos. Nos experimentos médicos, mais de 10 mil pessoas foram assassinadas. “Judeus, soldados de guerra e minoria étnica presos em campos de concentração foram vítimas de pesquisas militares, experimentos e ódio racial”, recordou o professor. E prosseguiu: “Infelizmente, muitas dessas experiências foram financiadas pela indústria farmacêutica alemã, sem que trouxesse qualquer benefício para a medicina. O pior é que alguns desses experimentos foram apresentados em grandes academias de medicina alemã e chegaram a ser publicados.”

Liga

A liga dos médicos nazistas era a maior liga profissional que apoiava as atrocidades do nazismo. Na época, a maioria dos médicos tinha menos de 40 anos e buscava ascensão social. “A partir do início da década de 30, 60% dos médicos judeus de Berlim foram expulsos dos serviços e perderam o direito de exercer a profissão. Com isso, os médicos que apoiavam o nazismo assumiram os postos vagos”, fundamentou Azevedo.

Reprise

Em face do grande interesse que o evento despertou, no próximo dia 23 de outubro, às 19h, no auditório Brasílio Vicente de Castro, bloco 3, da PUCPR, o professor Valderílio Feijó Azevedo repetirá a palestra para mostrar crimes médicos praticados na Alemanha sob o domínio nazista. A entrada é franca.

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