Jovem criada em Israel é curitibana

Resolvido mais um caso de desaparecimento de uma criança paranaense. O de Maristela da Silva foi manchete dos jornais em maio de 1988. Voltou à tona em outubro do ano passado, quando O Estado noticiou a procura de uma jovem criada em Israel pela família biológica no Brasil. Aliviada, ontem a mãe mostrou o resultado do exame de DNA, cujo índice de probabilidade de paternidade é de 99,9%: ?Podemos afirmar que Elizabete da Silva é mãe biológica de Ayelet Zamir?.

?Tinha certeza de que um dia ela iria aparecer. Poder ter uma resposta compensa todo o sofrimento, pois sei que existem mães que perdem seus filhos e não têm a mesma chance que tive?, diz Elizabete. Segundo a mãe, que viu a jovem uma vez, o ano passado, ainda sem saber que era realmente sua filha, Ayelet teria pedido um tempo para se adaptar à nova situação. ?Eu não quero nada dela, apenas que me procure, de livre vontade, algum dia?, completa.

Elizabete ainda conta que não tem, até agora, explicações para o sumiço da filha, em 1988. ?O importante é que tudo passou, que ela é feliz, teve uma família boa e que meu sofrimento passou?.

História

No último dia 4 de outubro, O Estado revelou o caso da jovem brasileira criada em Israel, Ayelet Zamir, que procurou a reportagem para que a ajudasse a encontrar os pais, que estariam no Paraná. A garota enviou fotos recentes e de quando chegou à família israelense. Com base em poucas lembranças – que teria mais ou menos 23 anos e que foi adotada com aproximadamente quatro -, peças desse quebra-cabeça começaram a surgir.

No dia seguinte, Cristiane da Silva Bernardes, 24 anos, procurou o jornal dizendo que a garota poderia ser a irmã Maristela, desaparecida em maio de 1988, aos 4 anos de idade. Cristiane, na época, contou que ?assim que viu a foto de Ayelet sabia que tinha visto aquele rosto antes?. Cristiane disse ainda que Maristela era a única irmã por parte de pai, Manoel Carlos Bernardes (falecido) e mãe, Elizabete da Silva. Na mesma semana, a mãe de Maristela, Elizabete, 48 anos, também procurou O Estado, fornecendo outras informações úteis.

Esses fatos foram repassados a Ayelet, que no mesmo mês veio a Curitiba e, com ajuda de uma equipe de israelenses, tomou as medidas necessárias para se ter a certeza da situação, como o exame de DNA. O resultado do teste que Elizabete fez ficou pronto em 23 de fevereiro, mas ela só viu há duas semanas.

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