O jornalista norte-americano Joseph Sharkey, colunista do jornal The New York Times, deve ser citado em breve para responder a uma ação de indenização por danos morais ingressada contra ele na 18.ª Vara Cível de Curitiba.
A autora é Rosane Gutjahr, viúva de Rolf Ferdinando Gutjahr, uma das vítimas do acidente com o vôo 1907 da Gol Linhas Aéreas, ocorrido em 2006. Esta semana, um dos advogados dela deve ir a Brasília, onde tentará adiantar o envio da notificação ao jornalista, junto ao Ministério da Justiça.
Rosane alega, no processo, que ficou ofendida por opiniões publicadas por Sharkey em seu blog. O colunista era um dos passageiros do jato Legacy envolvido no acidente aéreo e defendeu abertamente os pilotos da aeronave, Joseph Lepore e Jan Paladino.
“Ele tem o direito de defender os pilotos. Mas não aceito o que ele disse sobre o Brasil e os brasileiros”, afirma. Segundo ela, entre outras afirmações, o jornalista chamou o Brasil de “uma terra de tupiniquins, que só tem samba, futebol, Carnaval e prostitutas”.
As ofensas, segundo Rosane, começaram pouco tempo depois do acidente e duraram “até há poucos meses”. Ela diz que decidiu entrar individualmente com a ação, em outubro, porque muitas pessoas não querem mais se indispor com o assunto, por questões de custo ou, ainda, de tempo.
“Apenas tomei a frente para defender nosso brio, orgulho e dignidade”, diz. Rosane lembra que, se ganhar o processo, doará a indenização recebida a uma instituição de caridade. O valor deverá ser arbitrado pela Justiça.
De acordo com o advogado de Rosane, Oscar Fleischfreser, o processo agora está tramitando no Ministério da Justiça, órgão responsável por dar andamento à carta rogatória emitida pela Justiça paranaense.
O documento é a forma de comunicação entre os poderes judiciários de dois países, e ainda deve passar pelo Ministério das Relações Exteriores antes de ser enviado aos Estados Unidos, onde Sharkey reside. “Estamos empenhados em fazer com que esse processo corra em tempo recorde”, informa.
