A rua e a escola especial que levam o nome de Ali Bark nos bairros Santa Cândida e Seminário, em Curitiba – são apenas algumas das mais variadas homenagens que o jornalista Ali Bark, já falecido, recebeu nos últimos anos.
Natural de Ponta Grossa, onde começou a escrever em jornais, Bark atuou de forma intensa no jornalismo paranaense por mais de 40 anos, escrevendo nos principais veículos de comunicação do Estado, além de ter sido amigo dos nomes mais influentes da categoria, como o dono dos jornais O Estado do Paraná e Tribuna do Paraná, Paulo Cruz Pimentel, e de Francisco Cunha Pereira, que assumiu o comando do jornal Gazeta do Povo na década de 1960, além do hoje comentarista Luiz Geraldo Mazza.
Antes de vir para Curitiba, Bark fundou em Ponta Grossa o semanário político O 3 de Outubro, definido como “supertablóide linearmente trabalhista” por outro amigo de Bark, Oswaldo Nascimento, com quem participou de comícios violentamente repreendidos pela polícia. Mais tarde, em sua revista Rumo Paranaense, Bark instituiu um novo padrão de imprensa, na opinião de Nascimento, independentemente de grupos políticos, econômicos ou religiosos.
Na definição dos filhos, Ângela e Doraid, Bark era alguém engajado por natureza, que não fugia de uma boa briga e defendia suas opiniões com unhas e dentes. “Escrevia nos jornais da capital e tomava a frente em assuntos polêmicos, como se a luta fosse dele. Escreveu vários artigos contra o vestibular como processo de ingresso nas universidades e defendia o aumento do salário dos professores, que considerava muito baixo”, lembra Doraid Bark, que tem um rico acerco sobre a vida de seu pai guardado em casa e não descarta a possibilidade de deixá-lo a disposição de outras pessoas interessadas na obra do jornalista.
Ficaram também muito conhecidas suas “brigas” com o ex-governador do Paraná, Ney Braga, na década de 1960. “Meu pai encontrava o Ney Braga e o chamava de ladrão, na cara dele. Foi processado 35 vezes pelo ex-governador e absolvido em todas elas”, conta o filho de Bark.
Outra característica da personalidade de Bark era ajudar as pessoas ao seu redor, conforme recorda a filha Ângela. Era comum vê-lo convidar crianças de rua para fazer um lanche em algumas das confeitarias mais tradicionais do centro de Curitiba. “Ele também financiou o estudo de muitos alunos da Casa do Estudante Universitário”, ressalta Doraid.
Para os filhos, deixou lições básicas e fundamentais. “Nos passou honestidade, respeito e, principalmente, aprender a ser simples”, define Doraid.
Esclarecimento
“É triste ver um artigo destinado a homenagear Ali Bark sendo usado por Doraid Bark para fazer insinuações inverídicas contra meu avô, Ney Braga, falecido há quase dez anos e cuja honestidade é reconhecida por seus principais adversários políticos.
Assim como Ali Bark, Ney Braga também passou lições de honestidade, respeito e simplicidade para sua família. E nessas lições aprendemos a respeitar a honra e a imagem das pessoas sérias. Tenho certeza que as lições passadas por Ali Bark a seus filhos incluíam esse valor. Mas também tenho certeza que Doraid Bark precisa rever essas lições urgentemente.
Entretanto, será compreensível se essa revisão tiver de ser postergada caso esse Doraid Bark seja o mesmo cujo nome é mencionado no Diário Oficial da União. Se esse for o caso, ele provavelmente precisará de todo tempo disponível para prestar os devidos esclarecimentos ao Tribunal de Contas da União.”
Cordialmente,
Marcus V. Braga Alves