Uma troca de responsabilidades entre Urbanização de Curitiba S/A (Urbs) e governo do Estado está impedindo a decisão sobre o novo valor da tarifa da Rede Integrada de Transporte (RIT) de Curitiba e Região Metropolitana (RMC). A assessoria de imprensa da Urbs afirmou que nenhuma definição a respeito dos valores da passagem ainda foi tomada, porque aguarda o encaminhamento de um ofício devidamente elaborado pelo governo do Estado, notificando que a reintegração do transporte fica definitivamente a cargo da entidade.
A Urbs retomou a responsabilidade da administração financeira da RIT após a decisão da Coordenadoria da Região Metropolitana (Comec) de abrir mão do procedimento na semana passada. A assessoria de imprensa da entidade ainda explicou que o ofício foi analisado pela promotoria do município e pelos representantes dos municípios da RMC, que concordaram em pedir um novo documento ao governo.
Por outro lado, o governo do Estado confirmou que toda a documentação necessária para que a Urbs retomasse os trabalhos com as linhas metropolitanas já foi enviada, inclusive com assinatura do governador Roberto Requião. O governo ainda afirmou que o mesmo procedimento foi adotado pela Prefeitura, quando Cassio anunciou a separação financeira da linha urbana em 28 de fevereiro, não precisando de um ofício mais detalhado.
O diretor de transporte metropolitano da Comec, Jarbas Pinheiro Tobim Filho, que acompanhou todo o impasse, afirmou que a decisão já poderia ter sido tomada. “Desde a semana passada, o prefeito poderia ter baixado um decreto, com uma tarifa de novo valor. Ele pode tomar essa decisão a qualquer momento. O ofício do governo já foi encaminhado. Não sei por que está acontecendo essa demora”, diz.
Ele ainda ressaltou que o prazo para o pagamento das empresas que prestam serviço termina na próxima segunda-feira e que as decisões devem ser tomadas rapidamente para que não ocorram novos prejuízos. “Já não sei se a definição do novo valor da tarifa é somente técnico, pois isso já deveria ter sido decidido. As empresas precisam receber e, a cada dia, isso vai sendo empurrado e não é definido. Não sei o que estão esperando”, completa.
Valor
Com a reintegração do sistema financeiro, os passageiros da RMC voltarão a pagar o mesmo valor que os moradores de Curitiba, que já desembolsam R$ 1,70. A tarifa metropolitana, porém, custa R$ 1,65.
No começo do impasse, em 25 de janeiro, o prefeito Cassio Taniguchi havia decretado o aumento de 15% no valor da passagem, elevando a tarifa para R$ 1,90. E esse deve ser o novo valor da tarifa, pois na reunião em que apresentou a separação do sistema financeiro, no dia 28 de fevereiro, o prefeito deixou bem claro que a administração de toda a RIT só poderia ser feita se o aumento acontecesse.
A Comec não apresentou sua proposta e ficou determinado que a entidade seria responsável pelas linhas metropolitanas. Desde essa data, a Comec não apresentou qualquer solução para o problema do valor das tarifas e, na semana passada, novamente repassou a responsabilidade do transporte para a Urbs.