Itamaraty não vai intervir por paranaense na Ásia

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) não vai interferir, ao menos por enquanto, no caso do paranaense Rodrigo Gularte, 32 anos, condenado à morte na Indonésia, por estar com seis quilos de cocaína. Segundo o Itamaraty, qualquer interferência agora poderá ser prejudicial, já que ainda existem duas instâncias em que Gularte pode ter sua pena revogada.

A expectativa em Brasília é que o caso do paranaense leve entre um e dois anos para ter seu final. A estimativa de tempo é baseada na experiência vivida com outro brasileiro, Marco Archer Cardoso Moreira, 42 anos, também condenado à morte por entrar na Indonésia com 13,4 quilos de cocaína. Nesse caso, os advogados de Archer orientaram o ministério a não interferir politicamente antes de esgotadas todas as possibilidades jurídicas. Segundo eles, qualquer intervenção momentânea poderia ser levada como tentativa de pressão social e fazer com que a Justiça da Indonésia ficasse irredutível na aplicação da pena de morte.

Clemência

A possibilidade de o governo brasileiro pedir ao presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, a clemência de Gularte ainda existe, mas somente após todos os recursos jurídicos terem sido esgotados. Essa possibilidade, inclusive, consta nas leis indonésias. O Itamaraty ficou sabendo que há dois anos as execuções de criminosos na Indonésia estão se intensificando. Segundo o ministério, o atual presidente é um ex-militar que prometeu voltar a cumprir as execuções durante a campanha. Em 2004, três pessoas foram executadas na Indonésia. Dois eram tailandeses e um indiano. Outras 28 pessoas esperam no corredor da morte, a maioria condenada por crime ligado ao tráfico de entorpecentes.

Acompanhamento

O governo brasileiro prometeu continuar acompanhando o tratamento que está sendo oferecido a Gularte. No julgamento, a vice-cônsul brasileira na Indonésia, Ingrid Doring, esteve presente. Posteriormente, ela visitou o paranaense na prisão. Nesse momento, ele mostrava-se razoavelmente tranqüilo e confiante numa vitória no recurso. Clarisse Gularte, mãe de Rodrigo, e familiares, que moram em Curitiba, continuam sem falar com a imprensa.

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