As empresas brasileiras pagaram em indenizações trabalhistas, envolvendo saúde do trabalhador, R$ 20 bilhões em 2000. Mas esses números já foram maiores, se somados às multas aplicadas das pelas delegacias regionais do Trabalho, durante vistoria das condições de trabalho nas empresas. “Esses altos custos fizeram com que o setor voltasse a atenção ao trabalhador, investindo em ergonomia, cinesioterapia e ginástica laboral.”
A afirmação é da presidente da Sociedade Brasileira de Fisioterapia do Trabalho (Sobrafit), Lucy Mara Silva Baú. Segundo ela, os custos com um funcionário afastado das atividades para tratamento de doença relacionada ao trabalho pode chegar a R$ 35 mil por ano. Já a implantação de um programa de ergonomia e cinesioterapia representa 5% do custo que seria pago se não implantado. Lucy destaca que o programa abrange, entre outros pontos, a organização do trabalho, adaptação de móveis e equipamentos, relacionamentos interpessoais e atividade física laboral compensatória.
A fisioterapeuta do trabalho e ergonomista Cynthia Zil-li, comenta que o reflexo da implantação da atividade física na empresa é bastante positivo, aumentando a produtividade entre 2% e 5%. Além disso, os acidentes de trabalho se reduzem em até 25% e a rotatividade e faltas no trabalho também diminuem cerca de 15%. A fisioterapeuta comenta ainda que um funcionário afastado das atividades por um mês perde de 30% a 50% da sua capacidade de produção, “e os investimentos para sua volta também são altos.”
Responsabilidades
A presidente da Sobrafit comenta que os resultados desses programas só darão certo se houver uma co-responsabilidade. “Cabe à empresa implantar medidas para evitar as lesões, mas também cabe ao funcionário seguir as orientações”, afirma. Ela acrescenta que algumas vezes a queda na produção é em função da cadência em que a atividade é desenvolvida, mas se os funcionários não se educarem para as mudanças, os resultados não serão satisfatórios.
