Inventores curitibanos estão se organizando para pedir recursos junto ao Ministério da Indústria e Comércio Exterior. O vice-presidente da Associação dos Inventores do Paraná, Everaldo Silva, reclama que quase não existe apoio governamental nesta área para pessoas autônomas. Enquanto, em 2002, o Brasil conseguiu menos de 10 patentes internacionais sobre inventos, os Estados Unidos obtiveram mais de 20 mil.
A associação tem quase um ano de existência e tem o objetivo de dar apoio a inventores independentes. Nas próximas semanas, eles devem lançar no mercado um suporte que vai ajudar no desenvolvimento de deficientes físicos. Também estão produzindo uma cadeira de rodas manual que sobe escadas. Os dois são inventos de pessoas que procuraram o órgão para conseguir apoio e continuar sua atividade. “Às vezes o inventor domina a parte mecânica, mas não tem conhecimentos suficientes na parte elétrica. A associação ajuda nesse sentido”, diz.
Everaldo destaca ainda que a associação está dando apoio ao desenvolvimento de uma pesquisa com hidrogênio como forma de combustível. “Pelo que tenho lido sobre o assunto, nós estamos em fase bem adiantada em relação a outros países. Tudo isso sem nenhum patrocínio”, diz.
A prova da falta de interesse pelo que os inventores andam fazendo é a rampa salva-vidas de evacuação de prédios em casos de perigo. Eles já obtiveram patente internacional, mas até agora não conseguiram patrocínio para a construção de um protótipo. “Ela foi considerada como um invento inovador”, diz.
Agora, a associação está regulamentando a parte jurídica. O próximo passo será apresentar um programa ao Ministério da Indústria e Comércio Exterior para obter patrocínios. Também quer apoio para conseguir patentes internacionais, já que os custos são muito elevados. São cerca de três a quatro mil dólares gastos por país. “Tem muita coisa boa sendo desperdiçada e o Brasil está ficando para trás tecnologicamente”, diz.
