A necessidade de atualizar a quantidade de áreas florestais preservadas no País, e de padronizar esse levantamento nos estados, levou entidades governamentais e privadas a se reunirem, em Curitiba, para debater experiências e delimitar uma base comum para a elaboração do novo inventário florestal nacional. O documento, que fornece um panorama completo sobre as florestas brasileiras, englobando desde a quantidade existente até preservação dentro dos contextos sociais e econômicos, não é atualizado no Brasil desde a década de 80.
O 1.º Workshop sobre o Novo Inventário Florestal Nacional do Brasil, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente, em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), termina amanhã na capital e está recolhendo experiências internacionais sobre o assunto para dar origem, em dez meses, a um modelo de inventário padrão para todo o território nacional. A partir da delimitação, o Paraná, assim como outros estados, deve dar início o mais rápido possível à execução do documento. "Há demanda da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) para que a cada cinco anos os países signatários atualizem seus relatórios", explica o professor do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Carlos Sanquetta.
A urgência pode ser exemplificada pela falta de consenso entre os números da cobertura florestal preservada do Estado: enquanto governo e entidades ambientalistas da sociedade civil apontam dados em torno de 1% a 1,5%, os relatórios do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change ou Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, elaborado por um grupo internacional que define os conceitos de floresta em todo o mundo) colocam abrangência dessas áreas sobre 20% do território paranaense. "Além da dificuldade em estabelecer políticas de preservação ambiental, a falta do inventário acarreta perdas de ordem econômica para o País, especialmente para o Paraná, principal exportador brasileiro de madeira reflorestada", acrescenta.
