Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais (MTR) que ocupavam a Fazenda Alvorada, em Lindoeste, desocuparam a área antes mesmo da chegada da Polícia Militar, que tinha ordem de cumprir a reintegração de posse na manhã de ontem. Os 200 policiais militares encontraram apenas uma fogueira ainda em brasas, ruínas e o acampamento dos invasores abandonado, às 10h30.
A propriedade foi invadida por cerca de 300 integrantes do MTR na última segunda-feira. No dia seguinte, o secretário de Estado da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, havia determinado a operação de reintegração de posse, orientando que fosse dada prioridade ao diálogo e a negociações.
Foi a terceira vez que a Fazenda Alvorada foi ocupada pelo MTR neste ano. “A PM esperava de tudo, inclusive um possível confronto. Mas eles saíram pela manhã. Possivelmente, ainda estão na área e, por isso, manteremos um grupo de policiais para assegurar a tranqüilidade no local”, informou o tenente-coronel Nelson Casarolli, do 6.º Batalhão da Polícia Militar, de Cascavel, que comandou a operação. Trinta homens permanecem na sede da fazenda, que foi parcialmente destruída pelos integrantes do movimento. “Ainda não dá para avaliar o prejuízo. Isso não é ocupação de terra. Isto é vandalismo”, considerou o advogado Juraci Bortolotto, que representa o proprietário da fazenda, o ex-deputado federal Edi Siliprandi.
Destruição
Quando a Polícia Militar entrou na sede da propriedade encontrou um cenário de destruição. Uma casa foi totalmente desmontada pelos integrantes do MTR; da construção restou somente o assoalho. As madeiras que sustentavam a residência foram utilizadas para erguer pequenos barracos cobertos por lonas pretas em torno da sede da propriedade. Além disso, havia sinais (restos de gado nelori espalhados pela propriedade) de que os invasores teriam matado e comido parte da criação. “O proprietário tinha 850 cabeças de gado até a invasão”, informou Bortolotto, que solicitou a abertura de um inquérito criminal contra os invasores.
De acordo com o delegado Antônio Donizete Botelho, da 15.ª Subdivisão Policial, em Lindoeste, já foi determinada a instauração de um inquérito policial para identificar as pessoas que lideraram esta invasão. “Há fortes indícios de que houve furto, dano qualificado e esbulho possessório na propriedade. Já requisitei a perícia técnica na área e devo finalizar o inquérito dentro de 20 dias”, afirmou o delegado.
