A demora na resolução da questão da invasão dos índios avá-guaranis ao Parque Nacional do Iguaçu pode custar o título de Patrimônio Natural da Humanidade, concedido pelas Organizações das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) em 1986 à reserva ecológica. A informação foi concedida ontem pela assessoria de imprensa do parque. Com uma extensão de 185 mil hectares de Mata Atlântica, o parque preserva um dos biomas mais ameaçados de desaparecer no planeta, de grande biodiversividade, incluindo espécies da fauna e flora ameaçadas de extinção, como é o caso da onça-pintada.
Os 55 índios alegam ter se instalado no local para agilizar o processo de demarcação de terras, necessário à sua sobrevivência. Eles pertencem à aldeia Santa Rosa do Ocoí. Instalados em uma clareira de 500 metros, a presença deles já começa a provocar impacto à flora da região, podendo ocorrer uma contaminação biológica da fauna silvestre através de doenças de animais domésticos (cães, gatos e galinhas) que os indígenas trouxeram.
Entretanto, eles estão irredutíveis e após infrutíferas reuniões com representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Parque Nacional do Iguaçu, o caso vai parar em Brasília. Para segunda-feira, está marcada uma reunião envolvendo o Ministério do Meio ambiente (MMA), a Funai e o Ibama.
De antemão, o chefe do Parque, Jorge Pegoraro, já noticiou o escritório da Unesco no Brasil, enviando documentos sobre a invasão. ?O título é importante ao parque, pois facilita o acesso a programas na área de gestão, conservação e educação ambiental oferecidos por programas governamentais e não governamentais e na divulgação do local como destino turístico?, disse.