Interventores garantem atendimento em São José

A nova direção da Associação Hospital e Maternidade de São José dos Pinhais espera que até amanhã a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital esteja funcionando plenamente, regularizando assim todos os recursos que o hospital disponibiliza à população do município. "A UTI já está em 50% da capacidade e atendendo pacientes", afirma o interventor Darlan da Costa. É a única UTI da cidade, fechada no início do ano devido a uma infecção hospitalar. Na última sexta-feira uma liminar judicial deferida pelo Juízo da comarca nomeou um grupo para assumir a direção do hospital.

A liminar foi requerida pela Promotoria de Justiça de São José dos Pinhais. De acordo com investigações do Ministério Público (MP), a gestão do hospital – que é uma entidade filantrópica direcionada ao atendimento da comunidade carente da cidade – estaria envolvida em diversas irregularidades, como cobrança de atendimento prestado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), formação de quadrilha, falsidade ideológica, sonegação fiscal, estelionato e apropriação indébita. O MP investiga o hospital desde 2001, apurando, entre outras irregularidades, que o hospital opera com número insuficiente de funcionários, falta de medicamentos e que a insolvência financeira quase levou ao fechamento do hospital.

Os interventores informam que já entraram em contato com os fornecedores e prestadores de serviço do hospital, a fim de poder contar com todos serviços em pouco tempo. Como ainda estão estudando a real situação em que se encontra o hospital, os interventores não quiseram dar maiores informações sobre as contas da instituição, mas garantiram que o atendimento está normalizado. O pagamento dos funcionários também está em dia, não havendo risco de paralisação.

A Prefeitura de São José, que até o ano passado repassava R$ 112 mil como ajuda para pagar os plantonistas do hospital, informou que a verba está temporariamente suspensa. Segundo a Prefeitura, o interesse da nova administração era fazer um repasse maior, mas que ao mesmo tempo propiciasse à cidade maior participação na administração da instituição. O provedor Moacir Piovesan não aceitou a proposta. A Prefeitura explica que o hospital é de importância fundamental para a saúde de São José dos Pinhais, chegando a atender inclusive pessoas de outras cidades e até mesmo de Santa Catarina.

Passado

Já havia ocorrido uma intervenção no hospital em novembro último, mas o provedor, através de uma liminar, reassumiu a direção apenas três dias depois. O MP entrou com a ação civil pública contra o HMSJP em setembro do ano passado. A ação também indicia a Prefeitura pela não-fiscalização do cumprimento dos convênios, o desleixo com a saúde em geral na cidade e desrespeito aos índices mínimos de investimento exigidos por lei. O hospital está sendo indiciado ainda por dupla cobrança, porque recebe verbas dos governos municipal, estadual e federal para atender pacientes pelo SUS, mas o dinheiro não é aplicado nesse sentido. O provedor já entrou com pedido de nova liminar para reassumir a direção.

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