Curitiba está entre as oito primeiras cidades do país que terão acesso à rede de telefonia móvel de quinta geração. Na capital paranaense, a ativação do 5G, que permitirá a operação comercial de dispositivos inteligentes, a exemplo de carros autônomos, ocorre nesta sexta-feira (24) por meio da operadora Vivo e abrangerá inicialmente duas regiões, compreendidas entre o Centro Cívico e o Alto da Glória e entre o Batel e o Água Verde.
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Para além da velocidade, que chega a ser 12 vezes superior ao sinal de quarta geração, a rede móvel 5G reduz drasticamente a latência da conexão, ou seja, o tempo de resposta para transferência de um pacote de dados na rede. “O 5G permite uma taxa de transmissão centenas de vezes maior do que a atual, com picos de até 20 Gbps e uma latência, teórica, de até 1 milissegundo”, explica Ricardo Vieira, diretor regional Sul da Vivo. “Atualmente, com o 4G, a latência está perto de 80 milissegundos.”
Segundo ele, Curitiba foi uma das capitais escolhidas para a estreia do sinal 5G da Vivo por ser uma cidade estratégica para a empresa, apresentando características similares de demanda de tráfego e perfis de clientes às demais cidades piloto, que serão Belo Horizonte, Brasília, Goiânia, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
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No ano passado, com o objetivo de facilitar a implantação do 5G na cidade, o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), editou um decreto que simplificou o processo para licenças de instalação e operação de antenas de telefonia, além de isentar de licenciamentos instalações em topos de prédio e a colocação de equipamentos como biosites ou small cells, pequenas antenas que ampliam a cobertura do sinal de telefonia.
Velocidade, estabilidade, confiabilidade e baixa latência
Vieira resume os avanços que o 5G trará em três aspectos. A primeira delas, mais óbvia, é uma internet móvel de alta qualidade, que possibilita experiências mais imersivas de realidade virtual e realidade aumentada. A segunda é uma comunicação “ultra estável, ultra confiável e de baixa latência”, que permite comunicações de missão crítica, como o controle remoto de robôs industriais, carros autônomos e braços robóticos cirúrgicos, por exemplo.
Finalmente, a capacidade de transmissão e a confiabilidade da rede permitirão a aplicação de fato da chamada internet das coisas, que possibilita a conexão em massa de sensores e a criação de novas aplicações automatizadas em um grande número de indústrias, como o agronegócio, cidades inteligentes, automação industrial de alta precisão, entre várias outras.
Por enquanto, além da restrição a poucas cidades, a adoção do 5G ainda está limitada a outros fatores. Apenas um smartphone compatível com a nova rede está disponível no mercado brasileiro: o Motorola Edge, que custa em torno de R$ 5 mil. A Vivo afirma que trabalha com parceiros, como a Samsung, para trazer, em breve, ao menos mais dois modelos que operem com a rede.
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Operação antes de leilão da Anatel
Neste primeiro momento, o sinal transmitido será o chamado 5G DSS (Dynamic Spectrum Sharing, ou Compartilhamento Dinâmico de Espectro), que utiliza faixas de frequências não utilizadas das redes 3G e 4G para operar. É o que permite que a operadora consiga ativar a transmissão ainda antes do leilão de frequências destinadas especificamente à conexão 5G, previsto pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para o ano que vem.
“É importante observar que esse espectro não possui uma banda contínua e dedicada, por isso a experiência do 5G ainda não poderá ser sentida em sua totalidade”, explica o diretor da Vivo. “A experiência completa do 5G será alcançada com um maior adensamento dos sites, conectados com uma rede de fibra óptica de altíssima capacidade e com frequências dedicadas, a serem leiloadas no início de 2021.”
O DSS também é utilizado pela Claro, que disponibiliza o 5G em alguns bairros de São Paulo e Rio de Janeiro desde o último dia 8. A operadora afirma que estenderá a cobertura gradativamente para outras cidades, mas, por enquanto, não tem previsão de quando seu sinal de quinta geração deve chegar ao Paraná.
A Tim pretende lançar em setembro sua operação comercial de 5G, começando pelas cidades de Bento Golçalves (RS), Itajubá (MG) e Três Lagoas (MS) e também utilizando o DSS. Por enquanto, a empresa não informa quando deve ampliar a cobertura para municípios paranaenses.
A Oi, que se encontra processo de recuperação judicial, também avalia iniciar a operação comercial da tecnologia 5G em determinadas regiões do país antes da realização do leilão de frequências. Mas, por enquanto, a empresa não divulga em que municípios começaria o trabalho com a novo sinal.