Interdição de desvio da BR-277 revolta moradores

Continua a polêmica sobre o desvio da BR-277, na região de São José dos Pinhais, conhecida como ?Curralinho?. Fechar ou abrir a via ainda é o principal impasse. No início desta semana, mais uma vez a porteira que fecha a via, desde o acordo homologado pela 1.ª Vara Cível de São José, foi motivo de tumulto. As discussões entre a concessionária Ecovia, moradores da região e Prefeitura acontecem pelo menos desde 2004, mas as confusões e o abre e fecha se intensificaram no ano passado, prolongando-se até hoje.

Como conta um dos responsáveis pela chave, segunda-feira, duas pessoas tentaram passar pela estrada e, encontrando o portão fechado, iniciou-se a confusão. ?Veio um cara que disse que queria torar o portão com uma motosserra se permanecesse fechado. Outro disse que iria cortar a corrente. Com certeza não eram moradores da região. Para nós, era bom que esse portão ficasse por aí, porque passa tanto gente boa quanto gente ruim?, diz João Maria Alves. Ele e o patrão é que abrem e fecham o portão, quando necessário. Mesmo considerando uma boa alternativa para evitar problemas, essa rotina não é muito fácil. ?Só nós dois cuidamos disso, nós que abrimos e fechamos. Mas é perigoso. Não vamos ficar saindo fora de hora para abrir o portão e nos arriscar. Agora resolvemos deixar aberto até segunda ordem da Prefeitura?, informa.

Com propriedade rural no Curralinho há mais de 20 anos, Antônio Alceu Sanchuke diz que não possui uma chave para o portão e, toda vez que sai, tem que chamar pelo responsável. ?Isso é um absurdo. Se eu chego e a pessoa não está, tenho que dar uma volta imensa. E quando está chovendo, também é problema. Isso tem que ser liberado. Como é que trancam uma estrada pública, que existia bem antes do pedágio??, questiona o morador.

Como explica o secretário municipal de São José dos Pinhais, Sandro Settin, ao colocar a porteira, fechada com corrente e cadeado, a Prefeitura apenas está cumprindo o acordo, sob os autos de número 1.194/2005. ?Pela estrada, muitos veículos passavam para burlar a Polícia Rodoviária Federal, a balança e o pedágio. Além disso, a população (mais próxima da BR-277) reclamava que o fluxo intenso de veículos estava provocando rachaduras nas casas. Por isso foi colocado o portão?, explica Settin.

Colocado o portão e distribuídas cópias das chaves aos moradores, o problema que surgiu, segundo o secretário, foi o vandalismo. ?Muitos, que estavam acostumados a usar a via para desviar do pedágio, arrombavam e quebravam os cadeados para ter acesso. Outra coisa que acontecia era que os moradores perdiam as chaves?, conta. Há cerca de vinte dias, contam os moradores, apenas um encarregado fica de posse da chave, o que gera a principal reclamação. Segundo o secretário de urbanismo, estão sendo providenciadas chaves para todos os moradores. Em no máximo dez dias, Settin diz que a situação já será normalizada. ?É só um período transitório que está tendo complicações?, argumenta.

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