Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), que fecharam ontem (18) por quase dez horas a PR-158, no município de Chopinzinho, sudoeste do Paraná, continuam nesta terça-feira (19) mobilizados em protesto contra a demora no assentamento de 60 famílias que estão em acampamentos provisórios em Rio Bonito do Iguaçu, a cerca de 380 quilômetros de Curitiba (PR).
Eles prometem voltar a impedir o trânsito em rodovias, caso não haja uma posição do governo sobre a situação das famílias. ?Hoje temos uma série de audiências, inclusive com o Ministério Público. Se não tivermos uma posição em dois dias, voltaremos a fechar estradas da região", garantiu Danilo Ferreira, da coordenação do MST.
Segundo Ferreira, essas famílias possuem toda documentação fornecida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) que autoriza a ocupação no assentamento 10 de Maio, em Rio Bonito do Iguaçu. ?Entretanto, vivem em condições precárias, na beira da estrada, porque nove famílias que moram no assentamento impedem a entrada, o que está provocando um clima de tensão na região?, afirmou.
O Incra confirmou, por meio da assessoria de imprensa, que o grupo de manifestantes – remanescente do Assentamento Celso Freire, onde vivem 900 famílias – foi escolhido para se instalar no assentamento 10 de Maio, no lugar das famílias que deixaram o local após acusação de extração ilegal de madeira. O instituto ainda afirmou que entrou com pedido de reintegração de posse da área, na Justiça Federal, em 2006, mas que até agora não há resposta.