Cerca de 300 manifestantes ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) ocuparam, ontem, por volta das 10h da manhã, o posto de pedágio do quilômetro 704 da BR-277, em São Miguel do Iguaçu, na região oeste do Estado.
Durante o protesto, que terminou pouco depois das 16h, as cancelas foram liberadas para a passagem de veículos. O motivo do ato foi um possível retorno de oito famílias, supostamente envolvidas com o tráfico de drogas, ao Assentamento Antônio Tavares, no mesmo município. Uma audiência para definir a situação das famílias estava marcada para ontem, no Fórum de Foz do Iguaçu.
De acordo com o MST, as oito famílias tinham sido afastadas do assentamento porque foram acusadas de colaborar com o tráfico de drogas na região. Há cerca de um ano, o movimento chegou a denunciar que traficantes estavam aliciando famílias de trabalhadores para que estas estocassem maconha no local, próximo do lago de Itaipu.
A Polícia Federal apreendeu, em 1.º de outubro – depois de denúncia dos próprios trabalhadores – cerca de 20 quilos de maconha na área. Poucos dias antes, as polícias Rodoviária Federal e Civil encontraram 1,6 quilo da droga em um caminhão que teria saído do assentamento, e outros 130 quilos em um matagal próximo.
Ontem, ainda, o MST divulgou nota, na qual alerta para a impunidade em relação ao tráfico de drogas na região. Segundo a nota, desde as apreensões do ano passado, a questão não foi totalmente solucionada e ninguém foi preso. Na nota, o MST diz que o tráfico na região está “amedrontando e ameaçando as 80 famílias” que vivem no assentamento.
A intenção dos trabalhadores era permanecer na praça de pedágio pelo menos até o final da audiência e, dependendo do resultado, continuar o protesto. A concessionária Ecocataratas, que administra aquele trecho da rodovia, chegou a tentar uma medida judicial para reintegrar a posse do posto, mas as famílias acabaram saindo do local amigavelmente, de acordo com a empresa.
A Polícia Rodoviária apenas acompanhou o protesto. Até o fechamento desta edição, a reportagem não conseguiu contato com representantes do MST em Foz para saber o resultado da audiência.