Por volta das 6h30 de ontem, cerca de 250 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam a Fazenda Itaverá, em Alvorada do Sul, no norte do Paraná.

continua após a publicidade

O MST reivindica que a fazenda seja destinada à reforma agrária, pois já foi declarada como improdutiva pelo Incra. A informação foi confirmada pelo Incra, que disse, ainda, que está sendo feita uma auditoria no local para resolver o problema.

A fazenda pertence à Usina Central do Paraná, de Porecatu. Segundo a assessoria da usina, o MST já ocupou a área seis vezes e pelo menos seis mandados de reintegração de posse foram cumpridos.

Agora há um interdito proibitório para evitar novas ocupações. Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), para o cumprimento do interdito é preciso que a Justiça informe a Sesp. Ontem mesmo a Usina iria comunicar a Justiça sobre o caso, para que a polícia possa retirar os ocupantes da fazenda.

Grito

continua após a publicidade

Ontem foi dia de mobilizações dos trabalhadores rurais do Paraná, o chamado Grito da Terra. Pela 14.ª vez, cerca de 1.300 agricultores, vindos de todo o Estado, se reuniram em Curitiba, promoveram passeatas e participaram de diversas reuniões com representantes do governo, de bancos, da justiça e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A intenção foi discutir uma extensa pauta de reivindicações e, em alguns casos, até mesmo encontrar respostas para alguns problemas do campo.

Foi o que ocorreu com os cortadores de cana. Como explicou o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep-PR), Ademir Mueller, uma da conquistas de ontem foi a criação de um grupo de trabalho que vai discutir o futuro de cerca de 40 mil trabalhadores da cana no Paraná (no total, o Estado tem cerca de 700).

continua após a publicidade

“Como a mecanização e a questão ambiental estão fazendo com que muitos trabalhadores do corte de cana percam o emprego, então temos que achar alternativas para eles”, comentou.

Durante o dia, audiências também foram produtivas, segundo Mueller, na Justiça do Trabalho, onde foram discutidas questões referentes à informalidade; e em bancos públicos, onde foram tratados temas como construção de casas para a área rural e crédito para os agricultores.

Outro ponto positivo do Grito da Terra foi a liberação, por parte do governo do Estado, de R$ 20 milhões para o Fundo de Aval, que vai atender a agricultura familiar.