Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) estão mobilizados desde as 6h de ontem em frente à estação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Ponta Grossa, região dos Campos Gerais.
Os portões da empresa foram fechados pelos manifestantes e os funcionários da Embrapa não puderam trabalhar. A mobilização, segundo os militantes, é por tempo indeterminado.
De acordo com a assessoria de imprensa do MST, o motivo da manifestação é que os sem terra querem mais agilidade no processo de assentamento das 60 famílias pertencentes ao acampamento Emiliano Zapata, localizado na região de Ponta Grossa.
Os integrantes do MST pedem também melhorias para o local onde estão acampados. A área não dispõe de energia elétrica e água tratada, segundo o movimento.
Além disso, ainda de acordo com o MST, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) teria se comprometido a dar um pouco de infra-estrutura para o local do acampamento.
A manifestação em frente à Embrapa também é uma forma de se solidarizar com o pessoal ligado ao acampamento Teixeirinha, que também fica em Ponta Grossa.
A assessoria de imprensa do MST afirma que 25 famílias tiveram que sair do local na semana passada, pois a área está no meio de uma disputa jurídica. Desde então, as pessoas deste acampamento se juntaram às do Emiliano Zapata.
Protesto
Cerca de 120 pessoas participam da manifestação. O MST informa que hoje um ouvidor do Incra irá até o local em que os manifestantes estão acampados para tentar resolver o impasse. É a segunda vez que ocorre manifestação como essa no local.
A assessoria de comunicação do Incra, por sua vez, garante que o órgão está bem próximo de comprar a área em questão, que possui 633 hectares. Entretanto, falta resolver detalhes burocráticos com a Embrapa para poder assentar as famílias.
Em uma primeira estimativa, poderiam ser assentadas 35 famílias, mas este número pode ser maior. A reportagem tentou contato com a Embrapa, contudo, a empresa não atendeu aos telefonemas.