Impasse perpétuo?

Integração do transporte da Grande Curitiba corre risco de acabar

Enquanto a prefeitura de Curitiba e governo do Estado discutem a renovação do subsídio que mantém a integração do sistema de transporte coletivo entre a capital e a Região Metropolitana, usuários e municípios convivem com a insegurança sobre a continuidade do acordo. Eles também destacam a necessidade de ampliação do serviço, que pode acontecer a partir de uma nova licitação para a manutenção do sistema, sem previsão para acontecer.

A Rede Integrada de Transportes (RIT) foi implantada em 1996, quando Almirante Tamandaré, Pinhais, São José dos Pinhais, Araucária, Contenda e Colombo foram os primeiros municípios a receber a opção de deslocamento integrado. A última inclusão foi de Fazenda Rio Grande, em 2000. Bocaiúva do Sul, que já estava integrado desde 1997, teve a unificação da tarifa com a RIT em 2012.

A renovação do subsídio deve acontecer ainda em fevereiro, mas representantes da Urbs, que gerencia o sistema integrado, e a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) não se manifestaram sobre o assunto. Oficialmente o repasse é realizado desde 2012, ano em que foi assinado um convênio com as determinações de que o governo do Estado se responsabilize pelos custos da integração metropolitana.

O município de Curitiba, no entanto, alega que não tem condições de manter toda a rede integrada sem o subsídio repassado pela administração estadual. “O sistema de transporte de Curitiba está plenamente equilibrado e o que demanda subsídios e verbas do governo do Estado é o transporte intermunicipal”, disse o presidente da Urbs, Roberto Gregório da Silva Júnior, no mês passado, quando o pagamento às empresas de ônibus que operam nos municípios da Região Metropolitana foi suspenso por causa do atraso no repasse do subsídio.

Preocupação

“Não é possível pensar em não ter a integração. As cidades da Região Metropolitana estão todas integradas, não tem como não ser integrado, seria uma calamidade, imagina a confusão”, observa o presidente da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba (Assomec) e prefeito de Pinhais, Luiz Goularte Alves.

Ele afirma ainda que os demais prefeitos estão apreensivos com a indefinição. “Os prefeitos estão preocupados, qualquer medida em relação ao transporte coletivo afeta muitos municípios, desde os trabalhadores até o desenvolvimento das cidades, já que o transporte coletivo é um indutor de desenvolvimento. Mas é muita desinformação”, lamenta.

De acordo com Alves, a informação dada aos municípios é que o edital para a licitação das concessões do sistema de transporte coletivo na Região Metropolitana estaria quase pronto, mas os representantes das cidades pedem participação na elaboração do edital.

Prefeitos debatem propostas

No final do mês está previsto um encontro de todos os prefeitos da área para discutir as questões da integração e manutenção das linhas. “A concessão é precária em toda a Região Metropolitana. Um morador de Tijucas do Sul, por exemplo, tem que pagar uma tarifa de R$ 15 para chegar até Curitiba e municípios como Balsa Nova e Rio Branco do Sul já poderiam estar integrados. Apenas 14 dos 29 municípios estão integrados. Temos que otimizar este sistema”, diz Luiz Goularte Alves.

Apesar de algumas linhas integradas, São José dos Pinhais e Colombo, por exemplo, possuem áreas em que não há ligação com o sistema. Os usuários ainda reclamam das condições dos terminais, como o Guadalupe, em Curitiba, e o Alto Maracanã, em Colombo.

Números

De acordo com a p,refeitura de Curitiba, a RIT é formada por 81 km de canaletas, 30 terminais de transporte, 362 estações tubo e 9 mil pontos de ônibus, que ligam 14 municípios. A frota é de 1.930 veículos em 355 linhas que recebem por dia 2,3 milhões de passageiros.

Negociação

Está marcada para a próxima sexta-feira assembleia dos motoristas e cobradores sobre a negociação da convenção coletiva. Em um vídeo publicado no site do sindicato da categoria, o presidente Anderson Teixeira afirmou que as negociações passam por um momento “crítico e delicado”, especialmente pela decisão do TCE em reduzir R$ 0,48 da tarifa técnica.

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