O Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas para Otimização da Tecnologia e Qualidade Aplicadas (Ibepoteq) desenvolveu um tratamento eficaz para o combate à propagação de organismos patogênicos prejudiciais à saúde, encontrados na água de lastro, proveniente dos tanques de navios. Para estabilizar as embarcações vazias, há um reservatório que permite a entrada de água, juntamente com algas, bactérias, moluscos e pequenos peixes. Quando carregados nos portos, os navios despejam essa água no mar, disseminando as bactérias.

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?Durante quatro anos, desenvolvemos um processo de desinfecção com dióxido de carbono, que tem 100% de eficácia?, diz o diretor de desenvolvimento de projetos do Ibepoteq, Alexandre de Souza Azambuja.

Após quatro anos de estudos, o Ibepoteq desenvolveu um sistema de tratamento que consiste no bombeamento da água de lastro dos navios para reservatórios instalados nos portos. Nesse local, a água recebe o dióxido de carbono e, depois de limpa, é devolvida ao mar. ?É um processo muito mais econômico que os já existentes. Nos Estados Unidos, por exemplo, é usado o processo ultra-violeta, que tem um custo de 3,5 dólares por tonelada. O novo processo custa um dólar?, diz.

O Ibepoteq está em processo de conversação com o Porto de Paranaguá, para instalar o projeto no Paraná, já que a pesquisa foi desenvolvida no Estado. ?Temos confiança de que o tratamento vai se tornar referência internacional.?

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Segundo Azambuja, desde 2000 existe uma lei federal que obriga os portos brasileiros a realizar o tratamento da água de lastro. Porém, nenhum dos 26 o faz, o que causa não só riscos à saúde, como prejuízo econômico.

Em pesquisa recente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) comprovou existência de alta concentração do bacilo causador da cólera. ?Do ponto de vista econômico, a concentração de organismos de outros ecossistemas causam desequilíbrio, resultando em prejuízo financeiro.? Como exemplo, ele cita a disseminação dos mexilhões dourados nas águas que passam pela hidrelétrica de Itaipu. ?Eles vieram em água de lastro da Argentina e forçaram a realização da limpeza das turbinas três vezes ao ano. Antigamente, elas eram feitas a cada 18 meses. Os custos aumentaram consideravelmente.?

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