Instituto de Educação de Ponta Grossa corre risco de interdição

Os cerca de 1500 alunos do Instituto de Educação de Ponta Grossa estão tendo um começo de ano difícil. Quando chove as salas de aula ficam inundadas e, esta semana, o Instituto de Desenvolvimento Educacional do Paraná (Fundepar) interditou o corredor principal do prédio porque o forro pode desabar. Com isto, os estudantes ficam com acesso a poucos banheiros. O problema deveria ter sido resolvido em 2004, mas o governo já cancelou três licitações.

O diretor do colégio, Antônio Josué Júnior, diz que as aulas estão sendo ministradas, mas os alunos não têm o mínimo conforto. Duas salas já foram interditadas porque não há as mínimas condições de uso. As demais continuam sendo utilizadas, mas quando chove, os alunos precisam fugir com as carteiras das goteiras. ?No auditório, a água é tanta que parece uma cascata?, ilustra o diretor.

Com a interdição do corredor principal o acesso às salas de aula está sendo feito por um corredor alternativo. Os banheiros femininos e masculinos ficam nesta área e os alunos não podem usá-los. Sobram os banheiros que ficam em outro ponto da escola, mas a quantidade é insuficiente.

Desde que o colégio foi construído, em 1971, nunca passou por reformas. O piso também dá sinais da ação do tempo. ?Os tacos estão descolando e o espaço está sendo preenchido com massa, forma um mosaico horrível?, diz Júnior. O encanamento também é problema. De metal, enferrujou e os vazamentos são constantes.

O diretor diz que é preciso uma reforma completa urgente. Ele não esconde a frustração com a situação. A verba já foi liberada duas vezes, mas os processos de licitação foram cancelados. A primeira não aconteceu porque o governo considerou que os projetos não estavam corretos, a segunda porque só uma empresa se interessou, e a terceira porque as três empresas interessadas apresentaram propostas muito semelhantes e o governo suspeitou de fraude. ?Agora o governo quer mudar o tipo de telha e terá que ser feito outro projeto. Daí da nova licitação?, reclama o diretor.

O deputado estadual Marcelo Rangel (PPS) gravou imagens da escola. ?A situação é pior do que em um presídio?, compara o parlamentar. ?Há fios desencapados e o banheiro feminino não tem portas e nem os vasos tampas?, completa. Ele ia mostrar as imagens na Assembléia Estadual, mas foi impedido. ?Mas vou mostrar na próxima sessão da Comissão de Obras?, avisa.

Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Educação (Seed), em no máximo 30 dias será aberta nova licitação. O preço máximo fixado anteriormente para aquela obra era R$ 3,1 milhões. Além disto, o Núcleo Regional de Ponta Grossa estaria atento para adequações que precisem serem feitas para garantir aula para todos os alunos. Na Assembléia Legislativa, na última quinta-feira, chegou a ser aprovado um requerimento que pede interdição do lugar.

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