INSS e UFPR mantêm greves

A greve no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) entra hoje no quarto dia. Os trabalhadores do HC aderiram o movimento grevista, juntamente com os demais servidores técnico administrativo da UFPR, como forma de protestar contra o projeto de reforma da Previdência.

A direção do hospital confirmou que, ontem pela manhã, 37 servidores não comparecem ao trabalho, sendo que o centro cirúrgico e lavanderia foram os setores que registraram o maior número de faltas. Por enquanto, o atendimento no hospital não foi afetado. Já o sindicato da categoria afirma que 30% dos servidores – cerca de 600 trabalhadores – aderiram o movimento no HC. O presidente do Sinditest – sindicato que representa os servidores da UFPR -, Antônio Neris disse que a meta é conseguir, até o final da semana, a adesão de 70% dos funcionários do hospital, e com isso, inviabilizar o número de internações hospitalares.

Ontem a categoria realizou uma assembléia de avaliação. Neris ressalta que desde que a greve iniciou – dia 17 pelos técnicos administrativos e dia 18 no HC – um maior número de trabalhadores estão cruzando os braços. “Cada dia que passa mais servidores estão aderindo a greve”, disse, acrescentando que expectativa é que os professores – que fazem uma assembléia amanhã – também entrem em greve por tempo indeterminado.

INSS

Na Previdência Social o movimento grevista também continua. A superintendência do INSS em Curitiba confirmou que das 50 agências de atendimento no Paraná, 17 estão paradas. Com isso, só na capital e Região Metropolitana, cerca de 4.800 pessoas estão deixando de ser atendidas por dia. A coordenadora do sindicato da categoria, Jaqueline Mendes de Gusmão afirma que 70% dos trabalhadores aderiram a greve. Ela esteve visitando o interior do Estado no dia de ontem e confirmou que a adesão dos trabalhadores vem crescendo a cada dia. “A insatisfação dos trabalhadores com esse projeto é grande, e a categoria está entendendo que só com a mobilização será possível reverter essa situação”, disse. (Rosângela Oliveira)

Campanha de esclarecimento

Aproveitando o gancho das discussões da reforma da Previdência, o Ministério da Previdência Social iniciou ontem a Campanha de Educação Previdenciária. O objetivo é esclarecer à população sobre a necessidade de contribuir com o sistema previdenciário para poder usufruir de uma renda, tanto na aposentadoria, como em outras situações – como auxílio doença, maternidade ou invalidez.

A última pesquisa do IBGE 2001 mostra que no setor privado existem 40 milhões de trabalhadores ocupados que não contribuem para a Previdência Social. Este contingente corresponde a 57,7% da população ocupada privada, isto é, quase 58 em cada 100 trabalhadores ativos não contribuem com a Previdência Social.

No Paraná a cobertura previdenciária atinge 61,5% da população ocupada (pessoas de 16 a 59 anos, com rendimento igual ou acima de 1 salário mínimo). Dos 3,017 milhões de trabalhadores (exclui militares e estatutários) 1,161 milhão não contribuem ao sistema previdenciário. A campanha, que vai ser desenvolvida inicialmente através de informativos em rádios, será veiculada até dia 17 de outubro.

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