Insegurança é teatralizada em Curitiba

Uma típica família curitibana reclusa em casa e com medo de sair na rua, rodeada pelo perigo da violência. Uma situação cada vez mais comum foi o enredo de um teatro encenado ontem, na Boca Maldita, em frente ao Palácio Avenida, no centro de Curitiba, para protestar contra os altos índices de violência que vêm sendo divulgados sobre a cidade.

O quiosque montado pelo Partido Popular Socialista (PPS) trazia os números de homicídios nos primeiros meses do ano divulgados por O Estado no domingo passado. Integrantes do protesto também distribuíam um panfleto com os índices publicados no início do ano pela Rede de Informações Tecnológica Latino-Americana (Ritla), que coloca três municípios paranaenses entre os mais violentos do País e mostra altos índices de criminalidade em Curitiba. ?O PPS está junto com a população nesta luta, pois não é justo o povo brasileiro pagar tantos impostos e taxas para ter índices de criminalidade equivalentes a países e cidades que estão em guerra declarada?, dizia o panfleto.

A não divulgação de números oficiais foi criticada pelo organizador do protesto e militante do PPS, Jorge Ventura. ?Essa filosofia da omissão de dados é para que não se tenha cobrança, pois a partir do momento em que a população tem acesso à informação e pode medir esses índices, ela responde de alguma forma, seja com protestos ou com o voto na próxima eleição?, avalia Ventura.

Os militantes lembravam também, como último exemplo trágico da situação vivida pela cidade, a morte da pró-reitora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Maria Benigna Martinelli da Oliveira, na sexta-feira. Ela foi abordada por dois assaltantes que a atingiram com um tiro no peito quando chegava em casa, no Jardim Social.

Mulheres

A violência contra mulheres também foi abordada. Junto com a denúncia do agressor, o maior benefício apontado pela coordenadora nacional do movimento, Iara Freire, são as ações de proteção à mulher. Para a coordenadora do PPS Mulher Curitiba, Elizabeth de Oliveira Souza, de nada adianta ter leis se não há conscientização das mulheres sobre seus direitos. ?Muitas mulheres que sofrem agressão dependem da renda do marido e por isso buscamos, junto com a denúncia, que ela participe de grupos, como cooperativas, para que se torne independente financeiramente para a lei funcionar efetivamente?, disse, referindo-se à Lei Maria da Penha. Sancionada pelo presidente Lula em 2006, a lei criou mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher.

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