Vai ter obra parada

Insatisfeitos com reajuste, pedreiros podem entrar em greve

Uma assembleia dos trabalhadores da construção civil no dia 09 pode parar todas as obras da Grande Curitiba. A categoria exige aumento real de salários e benefícios e não aceita o reajuste proposto pelas empresas do setor, referente aos 6,06% calculados com base na inflação.

Domingos Oliveira Davide, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Curitiba e Região Metropolitana (Sintracon), disse ao Paraná Online que após três tentativas de negociação com o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon-PR), que representa os patrões, não foi possível chegar a um denominador comum.

Para Davide, caso não exista diálogo, a greve é uma possibilidade concreta. “Onde tiver obras nós faremos piquete. Não importante se é grande ou pequena, a obra vai parar”, disse. “Será uma paralisação comum, como a de qualquer outra categoria que exige os seus direitos”, completou o sindicalista.

Wladmir Mazzolla Morais, vice-presidente de políticas e relações do trabalho do Sinduscon-PR, disse que existe a perspectiva de um novo encontro com os representantes dos trabalhadores, porém ainda não existe uma data definida.

Na prática

Segundo o azulejista Carlos Ferreira, que possuiu uma microempresa, na prática, o custo de vida está cada vez mais alto. “As coisas subiram muito nos últimos tempos e, por mais que durante a Copa elas até ‘acalmaram’, ainda é tudo muito caro”, desabafou.

Pelas obras espalhadas por Curitiba, os trabalhadores mostram pouco conhecimento sobre a negociação salarial. O servente João Gonzaga disse que o reajuste de 6,06% já foi pago na folha de junho. “Acho que o problema maior é com as empreiteiras. No meu caso, trabalho para uma construtora que já resolveu o acerto deste ano”, explicou.

Em outra obra, os colegas Vagner Pinto e Reginaldo Alves de Oliveira, que trabalham no mesmo projeto, mas em empreiteiras diferentes, disseram que aguardam o desenrolar da negociação. “Mas se o sindicato decidir pela greve, vamos parar”, avisou Vagner.

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