A decisão da Associação Paranaense de Reabilitação (APR), que em junho começou a fabricar cadeiras de roda, além de próteses e outros aparelhos ortopédicos que já vinha produzindo, vem a contribuir diretamente com a Escola de Ensino Especial Nabil Tacla. É que, segundo o gerente de comercial da APR, Lauro Gouvea Neto, os recursos provenientes das vendas dos produtos das duas fábricas da associação são revertidos para a Nabil Tacla, que proporciona educação e assistência para reabilitação de crianças e jovens com deficiência físico-motora.
Gouvea afirma que 80% dos recursos que a escola recebe provêm da APR, e o restante, do Estado e do município. A diretora da escola, Jane Sberze, diz que mais de 200 crianças e jovens estudam na Nabil Tacla, que oferece ensino infantil, fundamental e supletivo. Segundo ela, além da educação regular, os alunos recebem aulas de musicoterapia, reeducação visual, terapia ocupacional, educação física, informática, inglês, filosofia. "Há também uma equipe de taekwondo, que até 1998 era a única do mundo composta por pessoas com deficiência físico-motora."
Gouvea também explica que como essas pessoas precisam de cuidados especiais, cada turma possui até sete alunos e conta com professora e com uma auxiliar, o que faz o custo por aluno ser alto. "Cada aluno custa aproximadamente R$ 700", afirma. A escola, lembra ele, é gratuita.
Antes de começar a produzir as cadeiras, a APR fazia a revenda de produtos de outras empresas para os pacientes que procuravam a instituição. De acordo com Gouvea, a fabricação do novo produto foi fruto da necessidade, porque havia uma procura muito grande. "Nós fazemos adaptações de qualquer tipo nas cadeiras, conforme a necessidade de quem vai usar. Observamos que aquelas que revendíamos não eram adaptáveis", explica.
Para Gouvea, há algumas vantagens nas cadeiras de rodas produzidas pela APR. Ele afirma que como a entidade é filantrópica, fica isenta de alguns impostos, tornando possível a fabricação de cadeiras de qualidade a preços competitivos.
As fábricas da APR estão produzindo 400 cadeiras por mês, mas, segundo Gouvea, a intenção é de aumentar a produção. "Participamos de concorrências públicas. Há uma grande demanda das prefeituras do Paraná". Gouvea diz que estão sendo atendidas também as cidades catarinenses de Joinville e Blumenau.