Infertilidade masculina será abordada em congresso

A infertilidade masculina será um dos principais temas abordados durante o Congresso Brasileiro de Reprodução Humana, que acontece em Curitiba no mês de agosto.

De acordo com o especialista em infertilidade e reprodução assistida, Carlos Carizza, as disfunções no homem são responsáveis por pelo menos metade dos casos em que os casais encontram dificuldades para gerar um filho.

Segundo Carizza, nem sempre os fatores causadores dos problemas de reprodução são diagnosticados e tratados de forma adequada. “Por vezes, nem mesmo os tratamentos para a incapacidade da reprodução masculina são realizados corretamente”, afirma o especialista.

O especialista explica que entre os principais problemas que causam as eventuais incapacidades reprodutivas no homem estão as doenças genéticas ou, mesmo, idiopáticas (desconhecidas pela medicina, como a deficiência na produção de espermatozóides) e a varicocele (varizes na região escrotal).

Carizza, que também foi presidente da Sociedade Argentina de Andrologia, conta que o primeiro passo para solucionar os problemas é vencer o preconceito. Segundo ele, a cultura dos países latinoamericanos relaciona a infertilidade às mulheres.

“É difícil para um homem admitir que o problema é com ele e não com a mulher. Na maior parte dos países ainda prevalece uma cultura machista, que associa a fertilidade à virilidade”, diz.

O especialista conta que não há motivos para se desesperar, quando é identificado um problema. Carizza lembra que todas as causas da esterilidade masculina encontram solução efetiva na medicina, desde que haja boa indicação para o tratamento. Segundo ele, em um período de 30 anos, essa área da medicina evoluiu mais do que a maioria das especialidades médicas.

Técnicas

O congresso previsto para acontecer entre os dias 27 e 29 de agosto, será presidido pelo presidente da Clínica de Andrologia e Reprodução Humana (Androlab), Lídio Ribas Centa.

Além da infertilidade masculina, segundo Centa, o congresso, do qual devem participar 400 especialistas de todo o Brasil e de países vizinhos, também vai abordar temas como técnicas de reprodução assistida, as novas tecnologias, e o uso de equipamentos, além de focar nos avanços da manipulação de gametas. “Vamos trazer especialistas que compartilharão os resultados já obtidos com pesquisas recentes”, diz.

Segundo Centa, que também é professor de Andrologia da UFPR, o congresso também vai falar do futuro da especialidade. “Os profissionais poderão trocar experiências sobre o congelamento de gametas. Um recurso interessante para mulheres que sofrem de câncer e precisam passar por tratamento radioterápico, que pode deixá-las estéril”, comenta. Mais informações no site www.androlab.com.br.