“Meu pai diz que somos todos iguais, todos irmãos. Por isso, se os brancos também querem ser batizados, eles podem”, explica Florinda da Silva – ou Djera Rete, como é chamada na tribo -, filha do cacique Marcolino da Silva e representante da aldeia. Para os guaranis, o batismo é até mais importante do que a comemoração da virada do ano, por exemplo. “Meu avô já era pajé (cacique), e desde pequena sempre acompanhei os batismos. Para mim, é uma data muito especial”, diz.
Todos os 53 índios que vivem na aldeia – incluindo as crianças – ajudam nos preparativos para a cerimônia. Sábado, enquanto mulheres varriam a Casa da Reza, os homens traziam madeira do meio do mato para a construção do altar. Florinda conta que na quarta-feira serão servidos pratos à base de milho verde, como o bejiu – uma espécie de queijo, que se come com mel – e kagüiju, que é uma bebida.
Quinto batismo
O batismo sagrado acontece uma vez por ano na tribo guarani. No caso da aldeia Karuguá, sempre no dia 28 de janeiro. Este será o quinto batismo da aldeia, fundada em 1999. Florinda explica que são batizadas todas as crianças nascidas no último ano.