O secretário especial de Assuntos Estratégicos, Nizan Pereira, defendeu numa reunião com uma ONG ligada à comunidade indígena e com defensores da causa um debate aprofundado para um problema que atinge famílias de índios que estão ocupando a estação ecológica do Cambuí, em Curitiba. Os índios pedem auxílio do governo do Estado para impedir a ação de reintegração de posse movida pela Prefeitura.
Participaram do encontro o presidente da Organização Resgate Crítico da Cultura Indígena em Curitiba e Região Metropolitana, Romansil Creta, o presidente do Conselho Indígena Regional, Valdir Kokoj, e o assessor de Assuntos Indígenas da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos, Edívio Battistelle.
Ao todo, 32 famílias indígenas estão morando em um museu na estação ecológica do Cambuí, na divisa com o município de São José dos Pinhais e, segundo Battistelle, ocupam menos de um hectare da reserva.
Romansil Creta disse que alguns índios já moravam na reserva há cerca de sete anos. Na semana passada, receberam uma liminar para o despejo da comunidade. A área, informou, não é só uma morada de algumas famílias, mas também um ponto de referência de todos os índios que vêm à capital. "Os índios que passam por Curitiba precisam de um lugar para ficar, no tempo que permanecem na cidade", explicou Creta.
A Funai entrou com um mandado de segurança para impedir o despejo das famílias. A posição do governo do Estado, explicou o secretário Nizan Pereira, é de apoio aos índios e de resolver a situação de forma definitiva. "Vamos tomar conhecimento de tudo que está acontecendo, acompanhar de perto essa questão e dar todo o apoio jurídico que precisarem", afirmou.
"Nosso entendimento é de que temos que achar em Curitiba ou em outros municípios da Região Metropolitana um lugar para abrigar os índios que já estão na estação. Queremos um local em que eles possam conviver com o meio ambiente. Estaremos conversando com os prefeitos para acharmos juntos a melhor solução", ressaltou.