Foto: Anderson Tozato |
Condições são precárias. continua após a publicidade |
Cerca de 200 índios que vivem irregularmente na Estação Ecológica do Cambuí, na divisa de Curitiba com São José dos Pinhais, estão reclamando da demora para sua realocação. Eles vivem no local há quatro anos. De acordo com o cacique Carlos Luís dos Santos, o convênio que prevê a saída das 35 famílias do local foi assinado há três meses com a Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) e a Fundação Nacional do Índio (Funai), mas até agora não foram iniciadas as obras no novo local onde eles devem morar.
Para o cacique, a permanência na reserva de proteção ambiental é prejudicial para os índios. ?Aqui alaga fácil e quando chove todo o lixo da favela que fica aqui ao lado vem pra cá?, afirma. Segundo Carlos, há apenas dois banheiros para as 35 famílias de três etnias (caingangue, guarani e xetá) que estão alojadas na antiga sede do museu da reserva. ?Algumas crianças estão ficando doentes. Até eu tive problemas de saúde há um tempo atrás, por conta da água?, conta. Além disso, enquanto estiverem assentados de forma irregular, eles não têm direito a benefícios da Funai e da Fundação Nacional da Saúde (Funasa). ?A escola bilíngüe para as crianças também não pode ser instalada?, cita.
De acordo com o administrador regional da Funai, Glênio da Costa Alvarez, as responsabilidades do órgão no convênio são cercar a nova área e fazer um pomar. ?Atualmente há um acerto e a Funasa está dando assistência médica para eles. Nós também estamos colaborando com um complemento alimentar para os índios?, diz.
A assessoria da Cohab alega que o convênio está sendo cumprido. Segundo o órgão, o que foi acordado era a cessão da área pela Prefeitura e a construção das casas estava condicionada à obtenção de financiamento, que está para sair em até 30 dias. No projeto das novas casas foram feitas adaptações para que a gleba, de 44 mil metros quadrados, se parecesse mais com uma aldeia indígena. Segundo a Cohab, a previsão, caso o financiamento seja aprovado, é que as obras comecem no segundo semestre e sejam concluídas no começo do ano que vem.