Índios protestam em rodovias no Paraná

A sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Curitiba e outros três pontos de rodovias do Paraná foram ocupados ontem por indígenas do Estado. Eles protestaram contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que prevê que a demarcação de terras indígenas, atualmente feita pela Funai, passe para decisão do Legislativo. Manifestações aconteceram também em Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Ao contrário da Amazônia, onde as terras indígenas são grandes, o problema da região sul é que por aqui as propriedades são muito pequenas, segundo o índio caingangue Romancil Cretã, coordenador da Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpin-Sul).

“Como temos terras pequenas, vai precisar ser feita uma revisão. Quem está à frente do Legislativo são grandes fazendeiros e donos de terra. Jamais vai ter demarcação de terra aqui no sul se a incumbência dessa função passar para eles”, critica.

São 41 mil indígenas na região e, dos 12% do território brasileiro que são terras indígenas, apenas 1,5% fica no sul, segundo Cretã. “O que existe hoje para os povos indígenas são programas que começam e terminam a cada gestão. Queremos políticas públicas efetivas”, reivindica.

Na capital, ontem os funcionários da Funai foram proibidos de entrar no prédio da instituição. Durante toda a manhã também ficaram bloqueadas a praça de pedágio de Mauá da Serra, na BR-376; a BR-277, em Laranjeiras do Sul, no trecho entre Foz do Iguaçu e Guarapuava; e a BR-373, entre Guarapuava e Pato Branco.

Convênio

A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) tem 20 dias para aprovar parecer técnico entregue pela organização não-governamental (ONG) Associação de Defesa do Meio Ambiente Reimer, responsável pela saúde indígena no Paraná.

A decisão foi tomada ontem em reunião entre representantes dos índios, Funasa e Reimer, acompanhada pelo promotor de Justiça Luiz Eduardo Bueno. Desde a última segunda-feira, os índios mantinham quatro funcionários da ONG como reféns para pressionar as negociações sobre o repasse de verbas para a saúde, estimado em R$ 1,6 milhão, atrasado desde janeiro pela não aprovação do parecer técnico. Depois da reunião, os funcionários foram liberados.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna