Índios protestam em praça de pedágio

Os protestos dos índios contrários ao Decreto 7056, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 29 de dezembro de 2009, continuam no Paraná. Em Londrina, norte do Estado, os indígenas prosseguem acampados na sede da Fundação Nacional do Índio (Funai).

Além disso, ontem, perto das 14h30, um grupo com aproximadamente 40 pessoas tomou o controle da praça de pedágio localizada entre Londrina e Jataizinho, de propriedade da concessionária Econorte, liberando as cancelas e fechando a pista em determinados momentos. Por volta das 19h30, os manifestantes deixaram o local.

O decreto prevê reestruturação da Funai, incluindo extinção de algumas unidades. Em Curitiba, a tribo Kakané Porã apreendeu uma caminhonete da Funai que fazia a distribuição de cestas básicas na comunidade.

De acordo com o cacique da etnia Guarani, Márcio Lourenço, depende apenas do governo federal por um fim a esse impasse que já dura quase um mês. “Tudo o que nós queremos é falar ou com o presidente Lula ou com o ministro da Justiça, Tarso Genro, para que repensem sobre esse decreto. Enquanto esse diálogo não se concretizar, nossa luta vai continuar”, garante.

O cacique diz ainda que a ocupação da praça de pedágio foi tranquila e sem incidentes. “Infelizmente, tivemos que fazer uma ação um pouco mais severa para ver se a gente consegue atrair a atenção das autoridades. Ao menos, não houve confusão”, afirma.

Ele diz ainda que, na quarta-feira, cerca de 200 índios foram até a Câmara Municipal de Londrina para conversar com os vereadores. “A conversa com os políticos foi boa e eles se comprometeram a fazer um documento a ser enviado para Brasília. Eles declararam apoio a nossa causa”, informa.

A assessoria de comunicação da Econorte confirmou que o protesto não trouxe problemas para o trânsito na região. Foi dito também que não houve danos materiais e que ainda não se sabe o prejuízo causado pela ocupação do local.

Em Curitiba, o cacique Kakané Porã Carlos Ubiratan explicou o motivo que levou os índios a apreender o veículo da Funai. “Estamos com medo de que essa história siga adiante. O carro é muito útil para gente, pois ele serve para muitas coisas, entre elas, a de levar nosso povo para o hospital em caso de emergência. Só devolveremos o veículo quando essa situação acabar”, avisa.

Ubiratan conta também que, por enquanto, os índios estão em compasso de espera até decidir os próximos passos. “Semana que vem haverá uma reunião com todas as lideranças indígenas do Paraná. Até lá, só nos resta esperar”, comenta.

A reportagem de O Estado entrou em contato com a Funai para saber a posição da instituição a respeito dessa situação. Entretanto, a assessoria de comunicação da Funai, até o fechamento desta edição, não deu resposta.

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