O Movimento Xingu Vivo CWB realiza nesta sexta-feira (30) uma passeata no centro de Curitiba para alertar sobre as consequências da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará.
A concentração será a partir das 17h, na Praça Santos Andrade. Os integrantes do movimento vão percorrer a Rua Marechal Deodoro e realizar um ato na Boca Maldita. No local, haverá uma manifestação indígena e a promoção de um minuto de silêncio para homenagear as pessoas que podem ser afetadas com a construção.
“Queremos mostrar que Curitiba e o Paraná, por mais que estejam longe, estão inteirados deste movimento. Queremos mostrar esta nacionalidade. Estão sendo realizadas várias manifestações em todo o Brasil e agora é a vez de Curitiba”, comenta Rafael Souza, integrante do movimento. A mobilização conta com o apoio de instituições de ensino e organizações não governamentais.
De acordo com ele, a comunidade indígena da região do Xingu, na região Norte do País, será diretamente impactada pela construção da usina. “Os índios não foram consultados. Haverá impactos sociais, culturais, ambientais. Somente por este motivo a construção da usina não pode ser levada adiante”, afirma. Mais de 40 comunidades indígenas e tradicionais habitam a região.
Souza ainda relata que há questionamentos sobre o tamanho do investimento para a construção da usina de Belo Monte. Inicialmente, o orçamento indica R$ 19 bilhões, mas a conta pode chegar a R$ 30 bilhões.
“Não há necessidade de construir uma usina para abastecer aquela região. E também queremos colocar em questão o fato de não ser usada uma tecnologia sustentável. Hoje existem alternativas que não sejam as usinas hidrelétricas. Mas tudo é feito em cima de interesses econômicos”, avalia.
Paralisação
Nesta quarta-feira (28), a Justiça Federal do Pará determinou a paralisação imediata de parte das obras, atendendo a um pedido de suspensão da Associação dos Criadores e Exportadores de Peixes Ornamentais de Altamira (Acepoat).
Eles alegam que a usina coloca em risco a pesca na região e que cerca de mil famílias que dependem da atividade seriam afetadas. Também há o argumento de que as principais espécies de peixes da região seriam extintas. A decisão judicial determinou que o consórcio responsável pela obra não pode fazer qualquer alteração no leito do Rio Xingu. Cabe recurso.