O grupo de cerca de 60 indígenas que ocuparam, na última terça-feira, a sede da Fundação Nacional do Índio (Funai), em Curitiba, deve permanecer no local pelo menos até a próxima terça-feira, quando representantes das aldeias no Paraná devem participar da reunião semanal do secretariado do governo estadual.
Os indígenas também devem continuar fazendo bloqueios periódicos na BR-373, entre os municípios de Chopinzinho e Manguerinha, no sudoeste do Estado. As comunidades indígenas protestam contra o Decreto 7.056/09, por entender que este prevê a extinção das unidades da Funai no Paraná.
Na última sexta-feira, os representantes das comunidades indígenas de Curitiba e do litoral se reuniram com o secretário de Estado de Assuntos Estratégicos, Nizan Pereira, que, no mesmo dia, encaminhou um ofício ao Ministério da Justiça, solicitando uma audiência com o ministro Tarso Genro. O objetivo é abrir um canal para que as comunidades possam expor as reivindicações.
O secretário acredita que, além da manutenção das unidades da Funai no Paraná, é importante que haja um reforço da estrutura do órgão no Estado. Segundo Pereira, o momento conflitante pode ser uma oportunidade para discutir a atuação da Fundação, que, para ele, deixa a desejar.
“Além do papel da Funai, é preciso rediscutir a relação que a sociedade tem com os índios, que possuem uma resistência cultural excepcional, mas que não são respeitados como deveriam”, afirma. Após o envio do ofício, a vice-presidente da organização não-governamental Aldeia Brasil, Sandra Terena se mostrou confiante em uma negociação com o governo federal.