Um grupo de índios da etnia guarani, da aldeia Araça’i, em Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba, solicitou à Polícia Federal, na última terça-feira, a instalação de um processo investigatório contra o coordenador estadual da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), órgão responsável por cuidar de assuntos relativos à saúde dos povos indígenas, Miguel Bittencourt Pacheco.
O motivo alegado para a abertura do processo deve-se ao fato de que o veículo cedido pela fundação à aldeia encontra-se em péssimas condições de uso. De acordo com o cacique da aldeia, Marcolino da Silva, o automóvel é de fundamental importância para a tribo, já que é o único meio de transporte que traz a equipe médica para aldeia, distante 18 quilômetros da cidade.
“O carro que nós usamos está encostado há mais de duas semanas porque está estragado e não chegam peças para reposição. Pedimos outro veículo, mas foi negado. Se alguém passa mal, somos obrigados a pedir ajuda a amigos para que venham nos socorrer”, lamenta. O cacique informa que tentou contatar o coordenador da Funasa durante esse período, mas sem sucesso.
Os advogados que representam a aldeia, Aristides de Athayde Bisneto e Paulo Coen, revelam que pedirão providências ao Ministério Público. “No mínimo vamos querer que um termo de ajuste de conduta (TAC) seja feito. Após isso, em no máximo 30 dias entraremos com uma ação contra a Funasa e o governo federal, alegando danos morais por causa de todo esse transtorno.”
O coordenador da Funasa informa que disponibilizou um veículo terceirizado para que o atendimento médico na aldeia não seja interrompido. Ele afirma que conseguiu um automóvel oficial em uma outra localidade, o qual estará operando até a próxima semana. Sobre o processo investigatório, Pacheco diz que vai esperar o resultado para se manifestar.
