Os 117 índios da aldeia urbana Kakané Porã, no bairro Caximba, em Curitiba, foram vacinados ontem contra a gripe A (H1N1). Os indígenas estão na primeira fase da campanha nacional de vacinação contra a doença, que começou na última segunda-feira.
Nesta etapa, além dos índios, serão vacinados os profissionais de saúde que atuam no atendimento do serviço de saúde. A vacinação para estes dois públicos vai até o dia 19 de março.
A população indígena recebe prioridade na campanha porque possui vulnerabilidade para problemas respiratórios, segundo Renato Rocha da Cruz, coordenador da central de vacinas da Secretaria Municipal de Saúde.
Uma equipe da Unidade de Saúde Caximba foi até a aldeia para garantir a vacinação de todos. O atendimento durou o dia todo, para não deixar de fora quem trabalha e estuda. “Nenhum caso de gripe A foi detectado na aldeia”, afirma Eunice de Oliveira, autoridade sanitária local da Unidade de Saúde Caximba.
Mesmo com a vacina, os imunizados não podem se descuidar e devem seguir as orientações para a prevenção da gripe A, como a manutenção da higiene e a boa lavagem das mãos.
O vírus H1N1, que ainda está em circulação, pode ser espalhado por aqueles que já receberam a vacina. Não será 100% da população que passará pela campanha. “Esses cuidados, somados com a ventilação dos ambientes, deve ser permanente. Ela também ajuda a evitar outras doenças”, esclarece Cristina Yano, da coordenação de Vigilância em Saúde do distrito sanitário Pinheirinho, em Curitiba.
“A vacina não doeu nada. Para a gente, facilitou bastante porque eles vieram até aqui”, comenta Indiamara Moras, moradora da aldeia Kakané Porã. A filha dela, Layane, de 4 anos, chorou na hora da vacinação e recebeu a atenção de todos os profissionais da saúde.
Jovina Renh-gã, vice-presidente do Conselho Nacional das Mulheres Indígenas e moradora da aldeia, também se vacinou e reiterou o quanto é importante a mobilização entre os índios.
A segunda etapa da campanha de vacinação contra a gripe A acontecerá entre 22 de março e 2 de abril, para gestantes, portadores de doenças crônicas e bebês de 6 meses a dois anos incompletos.