Foto: Valquir Aureliano/O Estado

 Discussões no evento devem ganhar força junto a Funasa.

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Representes de aldeias indígenas de quatorze etnias do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro estão reunidos, em Curitiba, para a 4ª Conferência Distrital de Saúde Indígena. O evento é preparatório para a conferência nacional que será realizada em 2006. Durante o encontro, os indígenas estarão discutindo propostas referentes aos serviços prestados pela Fundação Nacional da Saúde (Funasa) que, desde 1999, é responsável pela promoção da saúde e saneamento básico nas comunidades indígenas.

A presidente da Pastoral da Criança e coordenadora da Comissão Intersetorial de Saúde Indígena, Zilda Arns, disse que a entidade, que atua junto à Comissão Nacional de Saúde, tem como metas trabalhar ações de segurança alimentar, crédito agrícola e combate ao alcoolismo. Segundo ela, a pastoral atende sete mil crianças indígenas dentro das aldeias, e entende que é essencial trabalhar a prevenção das doenças.

Hoje, as 34 aldeias indígenas no Paraná são atendidas por equipes formadas por médicos, dentistas e enfermeiras que ficam em postos fixos nas comunidades, ou unidades pólos em Guarapuava, Londrina, Paranaguá e Curitiba – que é a Casa de Referência Indígena. O coordenador regional da Funasa no Estado, Vinícius Reali, disse que esse atendimento teve avanços significativos. Porém, admite que é preciso melhorar ainda mais, principalmente no tocante à interferência da cultura.

Já o coordenador regional da Funasa de Santa Catarina, Salvio Osmar Tonini, disse que até março eles esperam conseguir a inclusão do atendimento aos índios junto ao Sistema Único de Saúde (SUS). Tonini esclareceu que essa medida não visa retirar das aldeias o atendimento existente hoje, mas adaptar o SUS à realidade indígena. ?Isso é para eles terem acesso ao atendimento de alta complexidade?, falou.

Protesto

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Durante a abertura da conferência, no Centro de Convenções, os indígenas do Rio Grande do Sul fizeram um protesto pedindo o pagamento do convênio com a Associação dos Rondonistas – entidade que presta assistência aos índios no Rio Grande do Sul e Santa Catarina -, que está atrasado. Enquanto o cacique da aldeia Iraí, Valdemar Vicente, falava, os índios levantaram cartazes que traziam a frase ?Pague já o convênio?. Uma carta endereçada à Presidência da Fundação Nacional do Índio (Funai) foi entregue à presidente da Pastoral da Criança, Zilda Arns.

Segundo o cacique, esse convênio é fundamental para os povos indígenas, pois os Rondonistas estão dentro das aldeias prestando atendimento, tanto de saúde quanto de apoio. ?Se um índio fica doente, eles levam para o hospital. Mas como não têm dinheiro nem para pôr gasolina, a situação tá ficando difícil?, falou. Valdemar afirmou que esse tipo de atraso sempre acontece.

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