O impasse sobre a presença de 55 índios da etnia avá-guarani no Parque Nacional do Iguaçu, na região do município de São Miguel do Oeste, pode acabar hoje. Os indígenas – homens, mulheres e crianças – entraram nas terras na madrugada do último sábado, provenientes da reserva de Santa Rosa do Ocoí, nas proximidades do Lago de Itaipu.
O cacique Simão Tupã Retã Vilialva participa no início da tarde de uma reunião com representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) lotados no Parque Nacional do Iguaçu, da Fundação Nacional do Índio (Funai), do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e da Itaipu Binacional para buscar uma solução para a situação.
Os índios dizem que não saem enquanto não for dada a eles pela Funai ou pelas autoridades responsáveis uma área que permita a sobrevivência da tribo, que alega passar por sérias necessidades na reserva em Ocoí.
Ontem, um intérprete do idioma guarani auxiliou os técnicos do Ibama e da Funai na comunicação com o cacique. A operação de aproximação foi acompanhada pela Polícia Federal e da Polícia Militar Florestal, já que a informação inicial era de que os indígenas estavam armados de arcos e flechas.
O diretor do Parque do Iguaçu, Jorge Pegoraro, não conseguiu demovê-los da idéia de manter o acampamento no local, mas pediu que enquanto a questão não se resolve seja vetada a entrada de novos indígenas no local. Ele pediu também que sejam evitadas a caça e a exploração dos recursos naturais da unidade, já que se trata de uma reserva ecológica. Ontem o representante da Funai levou alimentos, cobertores e lonas para que eles se mantenham alimentados e protegidos das intempéries. De antemão, ele redigiu um relatório que será enviado ao comando do órgão em Brasília, colocando a cúpula da Funai a par da situação.