Com o trabalho sistemático de um contingente de 250 agentes de endemias e agentes comunitários de saúde e o envolvimento da população Foz do Iguaçu reduziu em 98% a incidência da doença. Nos quase três meses deste ano foram registrados dez casos. No mesmo período do ano passado ocorreram 600 notificações.
De acordo com André Leandro existem alguns fatores que contribuíram, mas o principal motivo da queda na incidência é a atitude consciente da comunidade. ?As equipes do CCZ percorrem diariamente as comunidades de todas as regiões passando de casa em casa. As famílias estão mais conscientes do problema e uma quantidade cada vez maior de pessoas mantém os cuidados com a limpeza na casa e no terreno. Isso é determinante?, afirmou o coordenador.
Foz, na opinião de André Leandro, tem a melhor estrutura de combate à dengue do interior do país. O CCZ em conjunto com a Divisão de Educação em Saúde também realiza palestras nas comunidades motivando a prevenção através das escolas, clubes de mães e entidades sociais. ?Nos locais onde constatamos a presença de focos aplicamos o fumacê e reforçamos o bloqueio nas áreas onde houve casos de contaminação?, explicou André Leandro. Segundo ele, as pessoas devem manter a atenção e cuidados com a limpeza acabando com tudo que pode servir como criadouro do mosquito.
Conforme a orientação repassada diariamente pelos agentes não se pode deixar recipientes capazes de acumular água. Até mesmo tampas de garrafas devem ser recolhidas do quintal. Garrafas devem ser mantidas, de preferência em local coberto e com a boca para baixo. Vasos de plantas devem ter areia no fundo ou perfuração de forma a não acumular água. Sacolas e outros materiais de plástico devem ser recolhidos.
Quando se tratar de uma estrutura que a pessoa não consiga remover do pátio, a providência é impedir o acesso do mosquito utilizando tampas ou isoladores. ?Caixas d?água obrigatoriamente devem ter tampas bem ajustadas?, orientou Leandro. A situação exige a continuidade de todos os cuidados para evitar descontrole como ocorre em outras cidades como o Rio de Janeiro.
A situação de Foz do Iguaçu requer vigilância permanente porque reúne condições bastante favoráveis para a proliferação do mosquito como a localização em uma tríplice fronteira cercada de rios e lagos, além de receber visitantes de várias partes do mundo. ?No último feriadão milhares de pessoas estiveram na cidade. Quem garante que não veio alguém contaminado do Rio de Janeiro ou alguém esteve lá e voltou com o vírus. Por isso a ação é contínua e a atitude da população é primordial?, reforçou o coordenador do CCZ.
O último boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) aponta que até o dia 10 de fevereiro tinham sido notificados 2.835 casos suspeitos de dengue nos 157 municípios do Paraná. Pelo menos em 157 das 399 cidades paranaenses apresentaram casos suspeitos de dengue nos primeiros três meses deste ano. O número supera as 147 cidades com notificações ao longo de 2007.